BAIÃO
Eu vou mostrar pra vocês
Como se dança o baião
E quem quiser aprender
É favor presta atenção
Como se dança o baião
E quem quiser aprender
É favor presta atenção
Morena chegue pra cá,
Bem junto ao meu coração
Agora é só me seguir
Pois eu vou dançar o baião
Bem junto ao meu coração
Agora é só me seguir
Pois eu vou dançar o baião
Eu já dancei, balancei,
Chamego, samba em Xerém
Mas o baião tem um quê,
Que as outras danças não têm
Quem quiser só dizer,
Pois eu com satisfação
Vou dançar cantando o baião
Chamego, samba em Xerém
Mas o baião tem um quê,
Que as outras danças não têm
Quem quiser só dizer,
Pois eu com satisfação
Vou dançar cantando o baião
Eu já cantei no Pará
Toquei sanfona em Belém
Cantei lá no Ceará
E sei o que me convém
Por isso quero afirmar
Com toda convicção
Que sou doido pelo baião
Toquei sanfona em Belém
Cantei lá no Ceará
E sei o que me convém
Por isso quero afirmar
Com toda convicção
Que sou doido pelo baião
ASA BRANCA
Quando olhei a terra ardendo
Qual fogueira de são joão
Eu perguntei a deus do céu
Por que tamanha judiação?
Qual fogueira de são joão
Eu perguntei a deus do céu
Por que tamanha judiação?
Que braseiro, que fornalha
Nem um pé de plantação
Por falta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Nem um pé de plantação
Por falta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Até mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Então eu disse adeus rosinha
Guarda contigo meu coração
Bateu asas do sertão
Então eu disse adeus rosinha
Guarda contigo meu coração
Hoje longe muitas léguas
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra eu voltar pro meu sertão
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra eu voltar pro meu sertão
Quando o verde dos teus olhos
Se espalhar na plantação
Eu te asseguro não chores não, viu?
Que eu voltarei, viu, meu coração
Se espalhar na plantação
Eu te asseguro não chores não, viu?
Que eu voltarei, viu, meu coração
ASSUM PRETO
Tudo em volta é
só beleza
Sol de Abril e a mata em flor
Mas Assum Preto, cego dos olhos
Não vendo a luz, ai, canta de dor (bis)
Tarvez por ignorancia
Ou maldade das piores
Furaram os olhos do Assum Preto
Pra ele assim, ai, cantar melhor (bis)
Assum Preto veve solto
Mas não pode voar
Mil vezes a sina de uma gaiola
Desde que o céu, ai, pudesse olhar (bis)
Assum Preto, o meu cantar
É tão triste como o teu
Também roubaram o meu amor
Que era a luz, ai, dos olhos meus
Também roubaram o meu amor
Que era a luz, ai, dos olhos meus.
Sol de Abril e a mata em flor
Mas Assum Preto, cego dos olhos
Não vendo a luz, ai, canta de dor (bis)
Tarvez por ignorancia
Ou maldade das piores
Furaram os olhos do Assum Preto
Pra ele assim, ai, cantar melhor (bis)
Assum Preto veve solto
Mas não pode voar
Mil vezes a sina de uma gaiola
Desde que o céu, ai, pudesse olhar (bis)
Assum Preto, o meu cantar
É tão triste como o teu
Também roubaram o meu amor
Que era a luz, ai, dos olhos meus
Também roubaram o meu amor
Que era a luz, ai, dos olhos meus.
KALU
Kalu, Kalu
Tira o verde desses óios di riba d'eu
Kalu, Kalu
Não me tente se você já me esqueceu
Kalu, Kalu
Esse oiá despois do que se assucedeu
Cum franqueza só n'um tendo coração
Fazê tal judiação
Você tá mangando d'eu
Com franqueza só não tendo coração
Fazê tal judiação
Você tá mangando d'eu.
Tira o verde desses óios di riba d'eu
Kalu, Kalu
Não me tente se você já me esqueceu
Kalu, Kalu
Esse oiá despois do que se assucedeu
Cum franqueza só n'um tendo coração
Fazê tal judiação
Você tá mangando d'eu
Com franqueza só não tendo coração
Fazê tal judiação
Você tá mangando d'eu.
QUE NEM JILÓ
Se a gente lembra só por lembrar
O amor que a gente um dia perdeu
Saudade inté qui assim é bom
Pro cabra se convencer
Que é feliz sem saber
Porém se a gente vive a sonhar
Saudade entoce aí é ruim
Eu tiro isso por mim
Que vivo doido a sofrer
O amor que a gente um dia perdeu
Saudade inté qui assim é bom
Pro cabra se convencer
Que é feliz sem saber
Porém se a gente vive a sonhar
Saudade entoce aí é ruim
Eu tiro isso por mim
Que vivo doido a sofrer
Ai quem me dera voltar
Pros braços do meu xodó
Saudade assim faz roer
E amarga qui nem jiló
Mas ninguém pode dizer
Que me viu triste a chorar
Saudade o meu remédio é cantar
Saudade o meu remédio é cantar
Pros braços do meu xodó
Saudade assim faz roer
E amarga qui nem jiló
Mas ninguém pode dizer
Que me viu triste a chorar
Saudade o meu remédio é cantar
Saudade o meu remédio é cantar
LÉGUA TIRANA
Oh, que estrada mais cumprida
Oh, que légua tão tirana
Ai, se eu tivesse asa
Inda hoje eu via Ana
Oh, que légua tão tirana
Ai, se eu tivesse asa
Inda hoje eu via Ana
Quando o sol tostou as foia
E bebeu o riachão
Fui inté o juazeiro
Pra fazer minha oração
E bebeu o riachão
Fui inté o juazeiro
Pra fazer minha oração
Tô voltando estrupiado
Mas alegre o coração
Padim Ciço ouviu a minha prece
Fez chover no meu sertão
Mas alegre o coração
Padim Ciço ouviu a minha prece
Fez chover no meu sertão
Varei mais de vinte serras
De alpercata e pé no chão
Mesmo assim, como inda farta
Pra chegar no meu rincão
De alpercata e pé no chão
Mesmo assim, como inda farta
Pra chegar no meu rincão
Trago um terço pra Das Dores
Pra Reimundo um violão
E pra ela, e pra ela
Trago eu e o coração
Pra Reimundo um violão
E pra ela, e pra ela
Trago eu e o coração
Letras de
Humberto Teixeira para músicas de Luis Gonzaga
HUMBERTO TEIXEIRA - O advogado, poeta, político
e compositor Humberto Cavalcanti Teixeira (1915-1979) foi o fundador
da Academia Brasileira de Música Popular e ficou conhecido como o parceiro de
Luís Gonzaga, o Rei do Baião, com quem se encontrou em 1945 para comporem
inúmeros sucessos. Sobre ele, a filha Denise Dumont produziu o documentário
sobre a vida do pai, O homem que engarrafava nuvens, em 2009.
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