BRINCARTE

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Wednesday, July 31, 2013

NITOLINO CURTINDO AS AULAS



Ontem Nitolino chegou alvoroçado e falando pelos cotovelos.
Adorou a professora e conhecer novos coleguinhas.
Ficou atento a tudo que fizeram na sala de aula: brincou, participou, riscou, trelou, fez as tarefas, adivinhou, rodou, pintou o sete e a zebra.
De noite não se aquietou enquanto não estivesse com as tarefas prontas.
Depois brincou e caiu pesado na cama com o sono dos inocentes.
Hoje ele acordou ainda de madrugada já querendo sua farda para ir pra escola. Foi aí que disseram:

- Nitolino, você só estuda de tarde!

- Eita!

Aí ele amuou-se um pouco, até descobrir um cavalo de pau pra brincar, já contando tudo numa conversa com um dos seus amigos invisíveis.

Esse Nitolino é, como se diz pernambucanamente, fogo na roupa! Ô menino peralta esse!

Veja mais Nitolino.


Tuesday, July 30, 2013

NITOLINO VOLTA ÀS AULAS




Desde ontem que Nitolino está inheto que só.

Começaram as aulas e quando isso ocorre ele fica exultante por conhecer seus coleguinhas e aprender tudo com a professora. Tanto é que ele chegou ontem com essa quadrinha:

Professora querida que agora

Fala tudo que me ensina

Sou-lhe grato toda hora

Com o saber que me ilumina.

Veja mais Nitolino.


Monday, July 29, 2013

LUDOTERAPIA




LUDOTERAPIAAo participar do curso de Ludoterapia, com o excelente professor Silvino Costa Ferro, tomei conhecimento de que se trata de uma técnica da psicoterapia infantil. E, conforme Homem (2009), é um termo oriundo da palavra inglesa play-therapy que é traduzida como terapia pelo brincar, sendo, portanto, definida como a relação interpessoal dinâmica entre a criança e um terapeuta com a providência de um conjunto variado de brinquedos e uma relação segura para expressar e explorar plenamente seus sentimentos, experiências, pensamentos e comportamentos por meio da natural comunicação de brincar. Nesse contexto, a brincadeira ou o brincar, conforme Huizinga (1993) e Winnicott (1975), como um fenômeno cultural que, no dizer de Pereira (2009), se realiza por meio de uma estrutura que remete aos ritos que implicam em gestos, palavras, distribuição de papéis, ao permitir que a brincadeira possa ser realizada com o uso da imaginação com contações de histórias, jogos e brincadeiras. Ou seja, o brincar como uma possibilidade de expressão, reconhecendo como cultura, como forma do ser humano de tornar-se presente no mundo com sua peculiaridade de individuo e de integrante de um grupo social, com a chance dessa brincadeira se instalar como uma das ações de formação de identidade da criança e exercendo um papel importante na aprendizagem. Assim, a ludoterapia é vista, conforme Axline (1984) e Silva (1995) como o processo psicoterapêutico voltado para a criança por meio da brincadeira, objetivando, assim, ajudar a expressão das dificuldades e conflitos da criança. Por essa razão, oportuniza a liberação dos problemas e sentimentos infantis por meio de brincadeiras e jogos que identificam distúrbios e sintomas, liberando inseguranças, tensões e frustrações, bem como distúrbios, agressividade, confusão e medos, dificuldades de aprendizagem, insônia e pesadelos, timidez, gagueira e desvios alimentares.

BIBLIOGRAFIA
ABERATURY, Arminda. A criança e seus jogos. Rio de Janeiro: Vozes, 1972.
AXLINE, Virginia. Ludoterapia. Belo Horizonte: Interlivros, 1984.
______. Em busca de si mesmo. São Paulo: Agir, 1984.
HOMEM, Catarina. A ludoterapia e a importância do brincar: reflexões de uma educadora de infância. Cadernos de Educação de Infância n.º 88, Dez/2009.
HUIZINGA, Joan. Homo ludens. São Paulo: Perspectiva, 1993.
KLEIN, Melanie. Obras completas. Rio de Janeiro: Imago, 1991.
PEREIRA, Eugenio Tadeu. Brincar e criança. In: CARVALHO, Alisson et al (Orgs.). Brincar(es). Belo Horizonte: UFMG, 2009.
SILVA, Sueli Dias. Da ludoterapia não-diretiva à ludoterapia centrada na pessoa; reflexões: à luz da prática clínica e do desenvolvimento da abordagem centrada na pessoa. São Paulo: Instituto Sedes Sapiense, 1995.
WINNICOTT, Donald. A criança e o seu mundo. Rio de Janeiro: Zahar, 1977.
______. O brincar & a realidade. Rio de Janeiro: Imago, 1975.
______. Pensando sobre crianças. Porto Alegre: Artes Médicas, 2005.


Veja mais Psicologia.


Thursday, July 25, 2013

A CRIANCINHA QUE CONSERTOU O HOMEM E O MUNDO





HISTORINHA DE ALBIGENOR & ROSE MILITÃO

Um executivo de uma grande empresa, com a necessidade de se isolar para terminar alguns relatórios de clientes, resolveu se esconder no lugar menos provável de ser encontrado: sua própria casa. Assim fez. Retornou cedo para casa, antes das 16hs e se trancou no seu escritório particular.

Estando ele tranquilo, em casa, celular desligado, sem sinal de fax ou a secretária indagando se “o senhor pode atender dr. Fulano?”, percebeu a porta do escritório abrindo, devagarinho. “Oba!” Ecoou o grito de felicidade da sua filhinha de 6 anos, ao ver o pai (figura tão difícil) àquela hora em casa. Foi logo perguntando... perguntando.... – afinal, 6 anos é a aquela fase das intermináveis perguntas.

O pai, ao mesmo tempo em que precisa continuar fazendo o seu trabalho, não poderia se furtar em aproveitar, também, aquele momento com a sua “pirrota”. Mas, estrategicamente, pensou numa maneira de “livrar-se” dela por algum tempo. Pincelou o olhar pela estante e retirou um livro – era um atlas geográfico -, abriu-o bem na página central e deu de cara com um “mapa-múndi”.

Destacou-o, pegou uma tesoura, picotou-o em vários pedaços, embaralhou-o, chamou-a e disse, satisfeito: “Filhinha, o papai tem um desafio para você.... Você vai ganhar esta caixa de chocolates (mostrou uma caixa que havia em sua parta), assim que voltar com esse quebra-cabeças (o dito mapa) todo consertado, tá certo?”

Ela aceitou o desafio do pai, saiu rapidamente e ele respirou aliviado, pois iria ficar um bom tempo sem ela perguntando.

Pouco mais de 30 minutos, após, irrompe a elétrica criaturinha na sala onde estava o pai, ainda às voltas com seus relatórios: “Painho! Painho! Terminei!... agora eu quero a minha caixa de chocolates, inteirinha!” Ao que ele retrucou surpreso (contendo a sua decepção, pois ele imaginava que ela demoraria bem mais tempo): “Muito bem, minha filha! E como foi que você conseguiu, tão rápido?” Ela mostrou uma grande folha de papel – tipo papel manteiga, meio transparente -, onde estavam os recortes do mapa, colados no seu “estilo” e disse: “Foi difícil... mas, olhando com atenção, eu vi que o outro lado de cada pedacinho de papel havia uns tr4aços que, quando eu juntava, formava a figura de um homem.... aí, eu pensei: se eu consertar o homem, eu conserto o mundo!”.

FONTE:
MILITÃO, Albigenor; MILITÃO, Rose. Jogos, dinâmicas & vivências grupais: como desenvolver sua melhor técnica em atividades grupais. Rio de Janeiro: Qualytmark, 2000.


Veja mais Histórias & Lendas.

Sunday, July 21, 2013

HISTÓRIAS E LENDAS DO NORDESTE – A ONÇA E O BODE


A ONÇA E O BODE

Ilustração de J. Lanzellotti.

Pai Lula, como de costume, chamou a meninada. Logo vieram todos que se aboletaram ao seu redor. Sabiam que além de um grande cientista, ele também gostava de contar histórias.

Aí Nitolino mais inheto que todos, foi logo perguntando:

- Qual será a história de hoje, Pai Lula?

- Hoje vou contar a história do acordo da Onça e o Bode.

Aí a criançada toda curiosa, logo gritou:

- Conta! Conta! Conta!

Aí Pai Lula foi explicando que quando era muito menino, sua mãe pegou um livro que tinha umas histórias recolhidas por Basilio de Magalhães e Paulo Dantas e começou a narrar a história prometida.

O bode foi no mato procurar lugar para fazer sua casa. Andou, andou, até que achou um sitio bom. Roçou-o e foi-se embora.
A onça, que também tinha saído com a mesma ideia, chegando no mato e encontrando aquele lugar roçado, exclamou:
- Oh! Nosso Senhor está me ajudando! Já tem aqui um lugarzinho limpo!
Cortou a cumeeira, os esteios, os caibros e ripas, carregou-os, botou-os no ponto escolhido e foi-se embora.
No outro dia, veio o bode e, ao dar com toda madeira já pronta, ficou admirado, dizendo:
- Oh! Nosso Senhor está me ajudando!
Cobriu a casa e foi-se embora.
No dia seguinte, veio a onça e ficou de boca aberta, quando vou a casa armada, dizendo muito satisfeita:
- Oh! Nosso Senhor está me ajudando!
Cobriu a casa e foi-se embora. Veio o bode no dia imediato e disse:
- O que? Nosso Senhor está me ajudando!
Tapou a casa, indo mais que depressa buscar os carregos. Vindo a onça achou a casa acabada. Correu e foi igualmente buscar os seus trastes. Quando chegou de volta, já o bode havia posto os cacarecos dentro de casa e estava espichado no meio da cama, bem de seu.
- Ah! Era você, amigo Bode, que estava me ajudando?
- Ah! Era você, amiga Onça, que estava me ajudando?
- Bem, amigo Bode, agora nós vamos morar juntos.
O bode ficou muito desconfiado; mas não teve outro jeito, senão morar com a onça, para não perder o seu trabalho, mas vivia com a pulga atrás da orelha. Então os dois fizeram contrato de cada um ter a sua semana para ir caçar.
Um dia, a onça, indo à caça, matou um cabrito. Quando chegou no meio do terreiro, jogou-o ao chão e disse para o companheiro, roncando no peito:
- Amigo Bode, vai preparar este bichinho, que eu trouxe para nós comermos.
O bode ficou tremendo de medo, mas se fez de cavalheiro. Preparou o cabrito e botou-o na mesa. A onça encheu bem a barriga; o bode, porém, não quis comer, dizendo que estava doente.
No outro dia o bode foi caçar. Chegando no mato, encontrou uma onça, que alguns homens haviam matado. Pelejou, pelejou, puxa daqui, puxa dacolá, até que, a muito custo, trouxe-a até ao meio do terreiro. Largou-a e disse, cheio de empáfia:
- Amiga Onça, vá preparar este bichinho, que eu trouxe para nós comermos.
A onça ficou espantada e perguntou:
- Amigo Bode, como foi que você matou esta onça?
- Ora, ora.... matando!... – respondeu o bode.
Porém, insistindo sempre a onça em perguntar0lhe como havia matado a companheira, disse o bode:
- Eu enfiei este anel de contas no dedo, apontei-lhe o dedo, e ela caiu morta.
A onça ficou toda arrepiada, olhando o bode pelo rabo do olho.
Depois de algum tempo disse o bode:
- Amiga Onça, eu lhe aponto o dedo...
A onça pulou para o meio da sala gritando...
- Amigo Bode, deixe de brinquedo....
Tornou o bode a dizer que lhe apontava o dedo, pulando a onça para o meio do terreiro. Repetiu o bode a ameaça e a onça desembandeirou pelo mato a dentro, numa carreira danada, enquanto ouvia a voz do bode:
- Amiga Onça, eu lhe aponto o dedo...
Nunca mais a onça voltou. O bode ficou, então sozinho na sua casa, vivendo de papo para o ar, bem descansado.

Quando Pai Lula concluiu a história, logo o Bichim foi dizendo:

- Esse bode era muito sabido!

- Era, era.... -, disse o Mindinho sob aplausos do Bichim e do Lobizonzo.

- Nada, a onça é que era besta! -, desdenhou o Maior-de-Todos.

Nessa hora, a trupe logo se dividiu, uns a favor da sabedoria do bode, outros na tolice da onça.

Tia Conça que chegava foi logo apaziguando:

- As duas coisas, minha gente. Tanto o bode era sabido, mesmo sendo o mais fraco e temeroso, como a onça mais temida passou por lesa. A moral é que pela inteligência e sabedoria, o mais fraco pode vencer o mais forte, como no dia que o Pontinho miudinho, destamaínho, mas com muita coragem e sabedoria enfrentou o monstro terrível Anhangá!

Nessa hora o Pontinho ficou todo ancho e bateu no peito:

- Eu sou o SuperPontinho!!!!!!!!!!!!!

- Êeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee! – festejou toda turma.

Aí Pai Lula falou que entrou pela perna do sapo e saiu por debaixo da rã, quem quiser mais outra história que venha aqui amanhã de manhã.

FONTE:
CAMPOS, J. da Silva. Contos e fábulas populares da Bahia. In: MAGALHÃES, Basilio. O folclore no Brasil. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1939.
CASCUDO, Luis da Câmara. Contos tradicionais do Brasil. Rio de Janeiro: Ouro, 1967.
CASTRO, Yêda Pessoa. Contos populares da Bahia : aspectos da obra de João da Silva Campos. Salvador: Prefeitura de Salvador/SMEC/DAC, 1978.
DANTAS, Paulo. Antologia ilustrada do folclore brasileiro: estórias e lendas do norte e nordeste. São Paulo: Edigraf, s/d.
MAGALHÃES, Basilio. O folclore no Brasil. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1939.