A IMPORTÂNCIA DA FIBRA NA DIETA ALIMENTAR - A alimentação saudável é hoje
um dos requisitos para se ter uma qualidade de vida. Atualmente a ingestão de
alimentos de forma indiscriminada tem levado o ser humano a hiper-alimentação,
que aliada a inatividade física e a alimentação às pressas nos restaurantes,
contribuem para o aumento do número de doenças crônicas, tais como diabetes
mellitus, obesidade, hipertensão arterial, doenças coronarianas, câncer, entre outras. Por esta razão, a alimentação
saudável vem atraindo a atenção de um grande número de pessoas interessadas em
ter uma boa qualidade de vida. Com efeito, muitas informações a respeito dos
alimentos e de seus nutrientes. As fibras, nesse contexto assumem papel
importante por se encontrarem no primeiro e segundo patamares da pirâmide
alimentar, envolvendo grupos de cereais, massas e arroz, frutas e vegetais. Com
isso, entende-se que as fibras atuam principalmente na ação de retardar a
absorção da glicose, diminuindo o pico de insulina e mantendo deste modo a
glicemia estável. Vê-se, portanto, que muitos são os benefícios que advém do
consumo da fibra como: prevenção do diabetes tipo II e diminuição do colesterol,
entre outras enfermidades humanas.
A partir de uma revisão da literatura, encontrou-se
baseado em Campos (1988), Maham e Sump (2002) e Sá (1984), que, tendo em vista a importância
das fibras que possuem papel de suma importância no organismo humano, pode-se
considerar que elas são como a soma dos polissacarídeos, identificados como
hemicelulose, celulose, ß glucano, substâncias
pécticas e gomas, além de liginia e de outros resíduos não digeríveis pelas
secreções endógenas do trato gastrointestinal, recomendando-se a ingestão de
uma dosagem per capita da ordem de 30 gramas em média diária pelo ser
humano. Nesse sentido, encontra-se que, segundo Philippiet al (1999), as fibras
são derivadas das estruturas intercelulares e da parede celular das frutos,
vegetais e sementes, associando-se às proteínas, oxalatos, compostos
inorgânicos, fitatos, liginia e substâncias fenólicas de baixo peso molecular.
Além do mais, segundo os autores mencionados, as fibras são conhecidas há muito
tempo, desde o tempo de Hipócrates quando se descobriu a propriedade laxativa
do farelo de trigo, sendo comprovada a sua importância na prevenção e
tratamento da constipação intestinal, em estudos realizados nos anos 20 do
século recém-passado. Estes estudos chegaram à conclusão uma das bases da vida
saudável é a ingestão da fibra alimentar. Para Maham e Sump (2002), as fibras podem ser solúveis e
insolúveis em água. As fibras solúveis estão presentes nas frutas, leguminosas
secas, aveia e cevada e atuam no aumento do tempo de transito intestinal,
diminuem o colesterol plasmático e retardam o esvaziamento gástrico e a
absorção da glicose. Segundo esses autores, as fibras insolúveis estão
presentes nos grãos e hortaliças e atuam no aumento do volume fecal, na
diminuição do tempo de transito intestinal, retardam a hidrólise de amido e a
absorção de glicose. Verifica-se que a ação das fibras
no organismo tem demonstrado um incremento na excreção de colesterol e ácidos
biliares e , em alguns casos , afetar a composição fecal desses ácidos, o que,
com base em Chaves (1978), Cintra et al (1997), Cukier et al (2005) e
Guyton et al (1997), as fibras são recomendadas tendo
em vista possuírem ações protetivas ao funcionamento do intestino, na
redução do colesterol, no controle do diabetes, na incidência de câncer de
cólon e no controle da obesidade reduzindo a fome e induzido à saciedade, além
de atuarem preventivamente na proteção da doença coronariana e isquêmica do
coração, diabetes mellitus, distúrbios do aparelho digestivo e obesidade. As
fibras são encontradas, segundo Neves (1997) e Wolinski e Hickson (1996), em
alimentos como verduras como couve, alface, agrião, espinafre, chicória,
repolho, almeirão; frutas frescas com casca, laranja, manga, mamão, abacate,
ameixa preta, figo, araticum, uva, mexerica, uva-passa; mel, mel, geléias,
melado e doces com alta concentração de açúcar;
rabanete, pimentão, vagem, lentilha, feijão, aveia, milho verde, pão
integral ou de centeio, germe de trigo, macarrão ou arroz integral, fécula de
batata, , farelo, pipoca, biscoito
integral, todos alimentos que são ricos em fibras. Mediante isso, vê-se que o grupo de cereais e seus derivados e as leguminosas
representam boas fontes alimentares, assim como as frutas. É nesse sentido que
Mahan e Stump (2002), assinalam que os vegetais são alimentos
indispensáveis e mais importantes para sua vida. Eles são fontes principais de
minerais, vitaminas, fibras, açúcar, além de proteínas e gorduras, em menor
quantidade, substâncias essenciais para todo o funcionamento do organismo. Os
vegetais contém, também, substâncias protetoras e curativas, com ação
anti-infecciosa, anti-inflamatória, anti-parasitária, anti-reumática,
anti-hipertensiva, diurética, laxativa, desintoxicante e vitalizadora de todo
organismo. São alimentos equilibrados e determinam uma perfeita saciedade do
apetite, impedindo o comer excessivo, a busca constante por comidas, portanto,
evitam e curam a obesidade. Isto significa dizer que, dietas ricas em fibras
constituem parte integrante do tratamento eficaz do diabetes e da
hipercolesterolemia porque , além de reduzirem os níveis séricos de lipídeos,
proporcionam melhora do controle glicêmico e aumentam a sensibilidade
periférica à insulina. A falta de sua utilização, conforme assinalado por
Cintra (1997), Neves (1997) e Guyton et al (1997), leva ao desenvolvimento de
constipação e, por conseqüência, acarretar outras doenças digestivas tais como
síndrome do cólon irritável, hemorróidas e diverticulites. Tais constatações
foram efetuadas, segundo os autores mencionados, por meio do trabalho de Burkitt, que comparou a participação das fibras
na dieta americana e africana, relacionando a maior prevalência da doença
aterosclerótica coronariana na primeira como em parte decorrente da menor utilização
alimentar de fibras solúveis. Também, segundo recolhido dos autores mencionados,
Bijlani citou o efeito hipocolesterolêmico das fibras , especialmente em
indivíduos que apresentam níveis elevados de colesterol , associado com a
ingestão de dietas ricas em colesterol. Existem, ainda, algumas teorias para
explicar a ação das fibras sobre o metabolismo das gorduras. Quanto à
capacidade das fibras de absorver ácidos biliares, isto leva a uma dupla perda
de colesterol.
REFERÊNCIAS
CAMPOS, M.A.P. Fibra e Nutrição. Boletim SBCTA, 22: n°3/4:167-71,1988.
CHAVES, Nelson. Nutrição Básica e Aplicada. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1978.
CINTRA,
L. P et al. Intervenções
Dietéticas Condutas Clínicas nas Dislipidemias. Belo Horizonte: Health, 1997.
CUKIER, C.; MAGNONI, D.; ALVAREZ, T. Nutrição baseada na
Fisiologia dos órgãos e sistemas. São Paulo: Sarvier, 2005.
GUYTON
A .C. et al. Fisiologia
Humana e Mecanismos das Doenças. RJ: Guanabara Koogan,
1997.
MAHAN, L.
Kathleen; STUMP, Sylvia. Alimentos,
nutrição & dietoterapia. São Paulo: Roca, 2002.
NEVES, M. N. Os Elementos da Dieta no
Tratamento da Doença Cardiovascular: Nutrição e Doença Cardiovascular. v. 56, p. 4-59-61, 1997..
PHILIPPI,
S. T., et al. Pirâmide
Alimentar Adaptada: Guia Para Escolha dos Alimentos. Rev. Nutr., Campinas,
1999.
SÁ , Neide Gaudence. Nutrição e Dietética.São Paulo: Nobel: 1984.
WOLLINSKI I., HICKSON JR. Nutrição no Exercício e no Esporte. São
Paulo. Roca 1996.