Marmelada
de banana, bananada de goiaba
Goiabada de marmelo
Sítio do Pica-Pau amarelo
Sítio do Pica-Pau amarelo
Goiabada de marmelo
Sítio do Pica-Pau amarelo
Sítio do Pica-Pau amarelo
Boneca
de pano é gente, sabugo de milho é gente
O sol nascente é tão belo
Sítio do Pica-Pau amarelo
Sítio do Pica-Pau amarelo
O sol nascente é tão belo
Sítio do Pica-Pau amarelo
Sítio do Pica-Pau amarelo
Rios
de prata, pirata
Vôo sideral na mata, universo paralelo
Sítio do Pica-Pau amarelo
Sítio do Pica-Pau amarelo
Vôo sideral na mata, universo paralelo
Sítio do Pica-Pau amarelo
Sítio do Pica-Pau amarelo
No
país da fantasia, num estado de euforia
Cidade polichinelo
Sítio do Pica-Pau amarelo
Cidade polichinelo
Sítio do Pica-Pau amarelo
(Sítio
do Pica-Pau Amarelo, Gilberto Gil).
Quando menino
travesso da beira do rio, eu me embalava com as histórias de Monteiro Lobato
(1882-1948): Narizinho Arrebitado (1921), O Saci (1921), Fábulas (1922), O
Marquês de Rabicó (1922), A caçada da onça (1924), O garimpeiro do Rio das
Garças (1924), O pó de pirlimpimpim (1930), Reinações de Narizinho (1931), As
caçadas de Pedrinho (1933), Memórias da Emília (1936), O picapau amarelo
(1939), entre outros tantos livros que fizeram povoar um monte de personagens
na minha cabeça, até um amigo invisível que eu mantinha escondido no quintal,
atrás da goiabeira. Foi o contato com a obra desse grande escritor na minha infância
que me faz ser criança até hoje.
MONTEIRO
LOBATO – O advogado, escritor, desenhista, caricaturista e editor José Bento
Renato Monteiro Lobato nasceu num sítio de Taubaté, interior de São Paulo, onde
foi alfabetizado por sua mãe no meio dos livros do seu avô, o Visconde de
Tremembé. Sonhava com a Escola de Belas-Artes, mas findou fazendo Direito na
Faculdade do Largo de São Francisco, em São Paulo, tonando-se depois Promotor
de Justiça de volta a Taubaté. Com o falecimento de seu avô, transferiu-se para
a Fazenda Buquira, quando surgiu o escritor e tradutor que fez a cabeça das
futuras gerações. Conta-se que virou autor de Literatura Infantil porque “De escrever
para marmanjos já estou enjoado. Bichos sem graça. Mas para crianças um livro é
todo um mundo”. Afinal, já dizia Lobato: "Tudo tem origem nos sonhos.
Primeiro sonhamos, depois fazemos”.
GILBERTO GIL –
Nesse tempo de menino treloso da beira do rio, eu ficava sentado ensopado de
mijo no chão da sala com os olhos vidrados na televisão. Quando minha mãe ia me
pegar para o banho ou para janta, ou almoço, ou o que fosse, ela se divertia
comigo porque eu gostava de cantar o tempo todo: “O rei da brincadeira, ê José; o rei da confusão, ê João...”. – Onde
você viu isso, meu filho? Na televisão. Não sabia ela que essa se tornaria uma
das memoráveis criações da música brasileira de todos os tempos. Por isso eu
sempre disse: a minha infância tinha trilha sonora. Entre elas, Domingo no Parque, de Gilberto Gil.
Outra? Já havia alcançado a adolescência, mas como vivia com a leitura em dia
nas obras gerais de Lobato, a música Sítio
do Picapau Amarelo, do Gil passou a ser incorporada como se fosse mais uma
da trilha sonora da minha infância. Salve, salve, Lobato! Salve, salve,
Gilberto Gil!