BRINCARTE

BRINCARTE
BRINCARTE

Wednesday, October 31, 2007

MENININHONITO



A BOLA MURCHA DO MENININHONITO

Luiz Alberto Machado

Menininhonito nunca tivera uma bola. Talvez, quem sabe, seja esta a razão de seu destrambelhamento. De sua mesma, nunca. Verdade. Por esta razão não podia ver uma rolando que corria para fazer gol. Quer dizer, correr, corria; daí fazer gol é outra história. Era tão desajeitado que mirava na pelota e acertava pé, toco, chão, grama, canelas, muro, o que tivesse pela frente, menos a bola. Por isso, claro, nascia um perna-de-pau de não poder ver nada pela frente que queria chutar. Até ximbras, rolimãs, bolas de meias, tomates, laranjas, foi redonda, tome. Até quengo de coco de quase estrepar-lhe um dos pés. Tudo na maior sem-jeitice de entrevado nato. Pudera, prá correr era todo avexado, verdadeiro papa-léguas. Agora para acertar o que queria, nossa, nem cego de guia sem tino. Um desastrado mesmo.
Também, pudera era o único a levar livros pros campinhos de barro batido da redondeza. Já viram essa? Agora me digam uma coisa: alguém já viu dizer que alguém aprendeu futebol em livros? Mas não era isso, era que ele era dividido entre o mundo da fantasia das histórias e da algazarras maloqueiras na pelada futebolística.
No mais das vezes, ficava ele lá plantado nas arquibancadas improvisadas, assistindo a partida. Se o jogo fosse xôxo, ele lia; se pegasse fogo, torcia. Para ele jogar, hum, passava uma eternidade, claro, quem lá escalaria inábil prum jogo? Nem doido!
Quando aparecia uma vaga prá jogar, lá ia ele todo estufado pronto para se tornar o melhor atleta de todos que estavam na partida. Ao ter oportunidade de conduzir a redonda, no primeiro encontrão, ficava pendurado na cerca de arame farpado. Imaginem a agonia para desentalar o rapaz das farpas sem arranhão, hem? Ou então, no primeiro desequilíbrio, caía estendido nos esgotos que faziam as margens do campo.
De tão inapto no trato com a bola, só causava ira nos companheiros e alegria nos adversários. De tão lerdo, era capaz de comemorar gol contra que ele mesmo fazia. E ainda gritava: - fiz o gol, vamos bater o centro!
Como não tinha a menor condição de ficar na linha, botavam ele de goleiro. E no gol, levava bicudo no pau da venta, até bolada na caixa dos peitos de ficar desacordado por horas. Quer dizer, a bola que batia nele, ele nunca agarrava nada. Do jeito que viesse, passava. Mas fazia esforço, se jogava no chão da poeira cobrir. Com pena, dispensavam-no para que não se vitimasse de uma sova prometida pelos jogadores do seu próprio time.
Saia ele então todo relado, imundo, verdadeiramente emporcalhado. Isso resultava dele chegar em casa mais melado, cortado e fedendo todo, a ponto da coitada da mãe tapar o nariz e dar-lhe reprimendas e puxavanques, dele ficar mais ainda lapiado. Resultado: só andava mostrando arranhões, cortes, lascões, fissuras e perebas por todo corpo.
Não adiantava, sonhava ser um dia um Rivelino, Pelé, Afonsinho, Tostão, mas mal conseguia driblar um deficiente na defesa, de trupicar na moleta e se estatelar com o queixo no chão, abrindo a cara em bandas e deixar à mostra uma janelinha dentária linda! E não desistia, treinando dribles elásticos de ver beques plantados com a bunda no chão, ensaiando toques da vaca, embaixadas, fintas mil, mas isso, só de sonho, né? Na real, mal conseguia correr que se enganchava nas próprias pernas. E o cúmulo: driblava ele mesmo de ficar zonzo e perder a bola. De tão desajustado, os colegas escalavam-no sempre pro time adversário. Necas, banco era a melhor posição dele. Ou de gandula. Nem prá juiz ou banderia servia. Quem queria? Daí, futebol e livro era o seu passatempo. De fato, nunca aprendera a jogar bola. Isso e nem mesmo baralho, dominó, nem firo, sinuca, nem nada. Quando muito acertava uma pedra ou no telhado, ou na vidraça ou no cocuruto de um, correndo em desabalada para se esconder de tempo ruim para sua banda. Só acertava mesmo era ler e dar trabalho, mais nada. Ainda hoje sonha em ser escritor de futebol. Pode? Sei não, hem?

© Luiz Alberto Machado.Direitos reservados.

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Tuesday, October 30, 2007

POESIA



Imagem: Mediterraneo vecchio, 1973, de Antonio Corpora (1909-2004) pintor italiano

QUEDA

Luiz Alberto Machado

Minha
Voz
Caiu
Do
Muro
Espatifou-se
No
Piso
Negro
Do
Silencio.

© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. In: Primeira Reunião. Recife: Bagaço, 1992.

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Friday, October 26, 2007

POESIA



VIDA VERDE VIVA

Luiz Alberto Machado

Convem lembrar da vida nos olhos de todas as manhãs.
Convêm lembrar da terra dos pés de todas as cores, coisas, raças e crenças.
Convém lembrar de todos os ventos,
do rio de todos os peixes, todas as canoas, brejos, lagos e lagoas.
De todos os mares, oceanos e marés.
De todas as várzeas, todos os campos,
todos os quintais de todas as frutas e infâncias,
de todas as selvas dos bichos de todas as feras e mansasm
de todas as matas, de todas as flores e folhas,
de todas as aves, repteis e batráquios.
De tudo que brilha pra gente um outro sentido de vida.
Convém lembrar, acima de tudo, o direito de viver e deixar viver.

© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. In: Primeira Reunião. Recife: Bagaço, 1992.

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Thursday, October 25, 2007

DIA DA DEMOCRACIA



Olá, gentamiga,
Hoje é o dia da Democracia, da Construção Civil e da Saúde Dentária.

Primeira: Mindinho andava chorando com os dentes-de-leite incomodando.
- Que foi, Mindinho? -, perguntou Menininhonito doido para saber o que se passava e aprontar das suas.
- Dente doendo -, disse Mindinho choramingando.
Foi aí que Menininhonito pegou do alicate e disse:
- Abra a boca!
- Eita! Pra quê?
- Preu arrancar logo esses doedores todos!
Póin!

Segunda: O Maior-de-todos era cheio de arrumações. Teve um dia ele inventou de construir uma cidade de barro no quintal. Nossa, ficou uma coisa bonita medonha. Todo organizado. Só que tomou o quintal todinho. Os carrinhos de pau ficavam trafegando nas ruazinhas. Os bonequinhos nas casas. Um primor. Só que quando a trupe da bagunça viu aqui, virou um escarcéu.
- Onde é que a gente vai brincar, hem? -, perguntou Alvoradinha sob o olhar de interrogação de todos os meninos da casa.
Aí, como o Maior-de-todos era o maior de todos eles, disse em tom autoritário:
- Os incomodados que se mudem!
Aí, virou bagunça. Os presepeiros avançaram todos sobre a cidadadorama dele e se danaram a brincar findando numa verdadeira destruição.
Não deu.

Terceira: Bichim, um dia, convocou a tropa toda para escolher o líder. A turma do Falange, Falanginha, Falangeta queria outro líder, menos o Maior-de-Todos que era autoritário. A turma do Lobisomem Zonzo não queria o JeGuim porque era muito brabo. E cada um dava um pitaco:
- Eu sou o líder! -, gritou Alvoradinha.
- Não, você não, eu que sou o líder -, reclamou Menininhonito.
E não se entenderam. Fizeram uma eleição. Resultado: empate. Um voto para cada um. Isso é que é democracia.
Teibei.

Vamos para outra? Amanhã tem mais. Beijabrações.
Luiz Alberto Machado

Wednesday, October 24, 2007

ANIVERSÁRIO DE MANAUS



Imagem: Teatro Amazonas, centro de Manaus.

Pedras do porto da cidade
na verdade pedras duras
do portão da face escura
em que a cidade se escondeu
E se perdeu como canção
que nega as flores do seu chão
para cantar outro lugar
para cantar outro lugar
Então, canta Manaus!
- filha da tribo –
canta hoje o teu castigo
ser um rio vivendo o mar

(Adalberto Holanda & Eliberto Barroncas, Pedras de Manaus - Raízes Caboclas)

Olá, gentamiga,
Hoje quero homenagear a cidade de Manaus que está aniversariando. Esta homenagem também vai para a miss Brasil 1957, Terezinha Morango; o maestro e compositor Claudio Santoro (1919-1989); o escritor e romancista Márcio de Souza; o escritor e professor universitário; Milton Hatoum; o escritor e tradutor Daniel Pellizzari; o cantor e compositor Vinicius Cantuária; o cineasta Djalma Limongi Batista; o diretor de cinema Aurélio Michiles; o piloto de Fórmula 1, Antonio Pizzonia; o dançarino e solista do 'American Ballet Theatre' de Nova Iorque/EUA, Marcelo Mourão Gomes; os atores Malvino Salvador, José Augusto Branco e Gabriel Azevedo; o novelista Antonio Calmon; e o estudioso e pesquisador Samuel Benchimol.

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Tuesday, October 23, 2007

DIA DA AVIAÇÃO E DO AVIADOR BRASILEIRO



Quando aos ares vou subindo
Extasiado vou sorrindo
Nas delícias de voar.
Vou cantando, vou sonhando,
Quando vejo estou voando,
Sobre a terra, sobre o mar...

(Maria A. Lorena Barbosa, Canção do aviador. In RIBEIRO, Wagner. Antologia de cantos orfeônicos e folclóricos. São Paulo: FTD, 1965).

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Monday, October 22, 2007

BRINCANDO COM ELITA




Olá, gentamiga
Hoje quero homenagear a memória da amigirmã, escritora, psicóloga e professora ELITA AFONSO FERREIRA. Ela escreveu 17 livros infantis pelas Edições Bagaço que muito alegraram a garotada. Por causa disso escrevi um texto BRINCANDO COM ELITA para que todos vocês curtam. Cliquem ai: BRINCANDO COM ELITA.

Beijabrações
Luiz Alberto Machado

Friday, October 19, 2007

PIAUÍ



Foto: Davi Melo.

“(...) Meu boi morreu, que será de mim? Manda buscar outro, maninha, no Piauí

AH, PIAUÍ!

Luiz Alberto Machado

Quando cheguei na Chapada do Araripe
Fui bater nas Sete Cidades Encatadas
Abri no peito a cantada
Daquelas de boa estirpe

E cantei pela soja, arroz, algodão,
E até da cana, do mel e da mandioca
O caju que tem de muitão
De me esconder no meio da loca.

Salve Assis Brasil, Mario Faustino,
Torquato Neto e Castelo jornalista.
Foi lá que cantei meu no destino
No meio da quentura fatalista!

Vi o campo maior, campo de gado
Vestindo de couro a cantiga
Saí pela Gurgéia, Canindé, todo lado
Dos palmeirais à Tabatinga:

Eu sou como o Parnaíba,
que só corre para o mar,
viro e mexo, faço voltas
mas meu destino é te amar
”.

Ó, Piauí!
Ó, Piauí!

© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.

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Thursday, October 18, 2007

DIA DO PINTOR E DO MÉDICO



Imagem: Vitruvian Man (Human Proportions), 1492 (Galleria dell'Accademia, Venice, Italy) de Leonardo da Vinci (1452-1519), Pintor, Escultor e Arquiteto Italiano - Alta Renascença.

MENININHONITO À LA DA VINCI

Luiz Alberto Machado

Não é que Menininhonito é um danado mesmo. Destá. O menino já ensaiava das suas presepadas. Ensaiava não, já matava muita gente do coração com as suas. Uma delas foi quando ele, treloso que só, deu de cara com a obra e os desenhos anatômicos de Leonardo da Vinci. Ficou tão maravilhado com tudo que resolveu assumir sua veia pictórica e começou a melar o papel, rabiscando e inventando umas figuras que mais pareciam garranchos que qualquer outra coisa. Só que tem um detalhe: ele não tinha nem nunca teve aptidão alguma para desenhista, muito menos para artista plástico. Mas para enrolão, ah, era perito. Não deu outra.
Foi então quando ele viu passando faceira a Ximênia, que teve a idéia - plim! - de colocar em prática seus intentos.
- Ei, Ximênia, tira a roupa que eu quero examinar você para ser modelo na minha obra de arte.
- Como é? -, disse ela intrigada. Isto porque era já vacinada das estripulias e maluquices do Menininhonito que não parava de aprontar muitas e boas.
- É o seguinte: calma, agora sou artista. Médico e artista feito Leonardo da Vinci.
- Oxente, quem é esse?
- É um pintor que começou examinando as pessoas para depois realizar sua arte. Esse aqui, olha: Leonardo da Vinci, autor daquele quadro famoso Mona Lisa, La Gionconda, conhece? Lembra da professora falando dele na escola?
- Não.
- Esse aqui! -, mostrou uma reprodução da obra.
- Peraí, explica direirinho isso!
- É o seguinte: virei artista. Ou melhor, médico e artista feito ele. Aí para alcançar a glória preciso que você tire a roupa, eu examine você todinha para ver o que você tem e o que não tem, para eu poder pintar você.
- Não estou entendendo essa de tirar a roupa...
- É que você precisa colaborar com a minha vocação de artista/médico.
- Pintor? Médico? Desde quando? O meu vizinho é pintor de parede e nunca pediu para ninguém ficar nua nem para examinar nada na pessoa, ora!
- Ah, pintor de parede é uma coisa. Eu sou artista. Artista que é cientista e médico.
- Hum... E o que tem isso comigo?
- Eu quero que você tire a roupa para eu lhe examinar como um médico para depois eu fazer um desenho seu, a minha obra-prima.
- Nua?
- Não. Sim. É o seguinte... você tira a roupa, eu examino e depois faço tudo no quadro... você não estará nua, quer dizer, fica nua mas não estará nua lá, só preciso disso para melhor colocar as coisas lá.
- Como?
Quanto mais ele explicava, mais ela peiticava. Ficou enrolado, mais dizia, desdizia e não convencia. Não teve jeito. Depois de hora de persuasão, papo vai, papo vem, explicações, meio mundo de teorias e loas, e a menina nada. Menininhonito cansou.
- É, você não tem sensibilidade para a arte. Deixa para lá.
Durma com um barulho desses.

© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.

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Wednesday, October 17, 2007

DIA INTERNACIONAL DE ERRADICAÇÃO DA POBREZA

Eu sou pobre, pobre, pobre de marré, marré, marré” (Domínio popular recolhido por Valdemar Valente, in: Folclore brasileiro: Pernambuco).

Quando a vida aflora, todos chegam nus.
E a vida é paratodos, sem distinção.


Luiz Alberto Machado & a Trupe do Brincarte.

O POBRE NA POESIA POPULAR:

MENINO DA RUA (Letra & música de Silva Novo)

Menino de rua, de roupa rasgada, carinha pintada de barro e carvão. Pezinhos descalços, correndo contentes. Nas pedras ardentes. Na areia do chão. Menino da rua, da rua onde a vida é terra dorida que raro dá flor. Garoto vadio, rebelde, gabola. Sem lar nem escola, sem dó nem temor. Menino da rua, menino sem nome, que às vezes a fome obriga a roubar. Qual é teu destino, que sorte te espera? Meu pobre menino, menino sem lar?

O POBRE
(...) O menino pobre tem Mingau de fubá cozido
Sem leite tôd ou aveia Aguado e sempre dormido E até sem leite materno
Que o da mamãe foi sumido (...) O menino pobre tem Shortinho e cueiro rasgado Sem pijama ou mosquiteiro Nem ar condicionado Por berço tem o chão frio E coberta é saco emendado (...) Cria se o menino pobre Dormindo pelas calçada Tomando banho na poeira E nas valas enlamaçada Papando barro e tijolo E a barriga toda inchada (...) Enquanto o menino pobre Já tem os pés calejado Pisando em caco de vidro
Pregos ou arame enfarpado Bebe água até de vala E tem saúde e é corado (...) O menino pobre anda Descalço sujo e rasgado Panha chuva noite inteira Passa um sufoco danado E não sente dor nem canseira Pois já tem o lombo curado. (...) O pobre dorme em chão frio Nas gigantes construção Panha chuva noite e dia Entre relâmpago e trovão Faz pernoite nas calçada E tem saúde de um leão (...) O pobre já nem si lembra Da barriga ou coração Suas massage é nos trens De Japeri ou Barão E sua cardiologia É os chute na condução (...) O pobre não sente nada Pois o seu tempo não dá Para preguiça ou cansaço Em seu corpo penetrar Tão grande é seu sofrimento
Que isto não o faz abalar (...) Um pobre encontra com outro Morrendo a fome e doente
Já pergunta como vai O outro responde soridente Sou cheio de vida e saúde Esconde as dores que sente (Jota Rodrigues).

CORDEL DO BOM MALAQUIAS
Quanta pobreza, meu Deus, em meio a tanta riqueza. No farol, crianças pedem comida, em sua magreza. Ricos exploram os pobres.Meu Deus, quanta malvadeza!” ( J. Carino, Cordel do bom Malaquias).

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Tuesday, October 16, 2007

DIA MUNDIAL DA ALIMENTAÇÃO



CANTIGA DO FURA-BOLOS

Luiz Alberto Machado

Quero comida no café da manhã.
Pra que eu possa ter uma vida sã.

Quero comida na hora do almoço.
Pra quando crescer virar lindo moço.

Quero comida na hora do jantar.
Fazer digestão para poder brincar.

Quero comida, arroz e feijão.
Quero comer e comer de muitão.

Quero frutas, quero verduras
Pra que possa na vida fazer aventuras.

Quero carnes, peixe e leite,
Porque na comida está meu deleite.

Quero comer para ser saudável
Pra ter equilíbrio e ser responsável.

Quero comida e sempre comer.
Também quero LIVROS para ler.

Pois é COMENDO e LENDO
Que na vida eu vou VIVENDO!!!!

Veja mais Falange, falanginha, falangeta!

Monday, October 15, 2007

DIA DO PROFESSOR



AOS NOSSOS BONS MESTRES
(Cânon) Música popularizada com letra de Wagner Ribeiro. In: RIBEIRO, Wagner. Antologia de cantos orfeônicos e folclóricos. Volume IV. São Paulo: FTD, 1965.

Aos nossos bons mestres,
Gentis companheiros,
Cantemos com alegria
A mais linda melodia:
Tra-lá-lá-lá,
Lá-lá-lá-lá,
Tra-la-la-lá,
La-la-lá-lá.


A nossa homenagem aos profesores & profesoras.

Luiz Alberto Machado & toda trupe do Brincarte.

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Friday, October 12, 2007

DIA DA CRIANÇA



Imagem: capa do livro Brincarte publicado com trabalho da garotada do II Prêmio Nascente de Arte Infanto-Juvenil, com apresentação de Mauricio de Sousa & Turma da Mônica, Artur da Távola, Adelaide Consoni e Francisco Filardi. Brincarte. Maceió: Nascente, 1999.

VIVENDO & BRINCANDO

Luiz Alberto Machado

Quando eu era um menino da beira do rio peguei uma estrela. Uma estrela bem pequenininha que brilhava muitão. Foi nela que dei asas à imaginação. Vi tudo no mundo cantando a criança feliz que nasceu por um triz. Alegre a cantar pra alegria dos pais. E no meu sonho infantil virei o Brasil. Aí o meu bom Jesus desceu da cruz e conduziu meu olhar para todos os seres da terra. Os campos, as casas, as pessoas, os animais. E a coisa que mais gostei: ser eternamente menino. Um menino que todos os dias olha pro sol e diz: obrigado. Ao ver o mar, obrigado. As pessoas cruzando, obrigado. Isto porque é bom demais estar vivo. E a verdade da vida está no olhar da criança.

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Thursday, October 11, 2007

NITOLINO NO REINO ENCANTADO DE TODAS AS COISAS



NITOLINO - Na volta às aulas, prossegue a realização da recreação infantil “Nitolino no Reino Encantado de Todas as Coisas”, um trabalho realizado pelo escritor, compositor e radialista Luiz Alberto Machado, trabalhando a promoção do hábito da leitura por meio do frevo e canções, bem como com a adoção dos temas transversais cidadania, meio ambiente, multiculturalidade, saúde e ética.

A recreação reúne atividades de contação de história, cantoria e teatralização, e já foi apresentada na Bienal Internacional do Livro de Alagoas, Apala, Sesc-Jaraguá, Biblioteca Comunitária de Mata Grande, entre outras, como também em escolas das redes pública e privada de Alagoas de outros estados e municípios diversos, levando o frevo, a cidadania e a promoção do hábito da leitura para alunos da Educação Infantil e primeiro ciclo do Ensino Fundamental.

Luiz Alberto Machado possui formação em Letras e Direito, tendo já publicado 6 livros de poesias, 7 infanto-juvenis, 2 de crônicas e 1 folheto de cordel, além de ter suas músicas gravadas por diversos nomes da música nordestina. Ele é editor do Guia de Poesia do Projeto SobreSites – RJ, apresenta o Tataritaritatá no programa Alagoas Frente e Verso da Rádio Difusora de Alagoas e seu trabalho está reunido na sua home page www.luizalbertomachado.com.br. Ele também tem realizado palestras e cantaraus para os alunos do segundo ciclo do Ensino Fundamental, Médio, EJA, Profissional e Superior.

Os interessados em conhecer melhor o trabalho de Luiz Alberto Machado é só acessar a sua home page www.luizalbertomachado.com.br ou entrar em contato pelo fone 82.8845.4611.

Veja o clipe de Nitolino no YouTube!

Confira mais:
Poemas, canções & textos de Luiz Alberto Machado , a Folia Tataritaritatá no Tudo Global, clipes de Luiz Alberto Machado no YouTube , o Big Shit Bôbras e as previsões do Doro para 2010

E mais:
NITOLINO NO REINO ENCANTADO DE TODAS AS COISAS
EVENTOS COM PARTICIPAÇÕES DE LUIZ ALBERTO MACHADO
BRINCARTE KIT LIVROS-CDS e BRINCARTE KIT FESTA
FREVO PELA CIDADANIA NA ESCOLA
PALESTRA: CIDADANIA & MEIO AMBIENTE
CURSO: FAÇA SEU TCC SEM TRAUMAS
ARTIGOS & PESQUISA
e

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Wednesday, October 10, 2007

FALANGE, FALANGINHA, FALANGETA



Imagem: Tadeu Costa, designer gráfico, ilustrador e professor nas Universidades FAAP e Anhembi.


FALANGE, FALANGINHA, FALANGETA

Luiz Alberto Machado

Contava as estrelas
O dedo mindinho
Queria era tê-las
Como um brinquedinho.
Caçoava essa besteira
O Seu-Vizinho
Achando leseira
Do menininho.
Já o Maior-de-Todos
Nem isso ligava
Olhava as meninas
Que por ali passavam.
O Cata-Piôlho
Nem disso sabia
Abria o ferrolho
E um bolo comia.
De raiva Fura-Bolo
Jogava pilhéria
Chamando a todos
Pro doce de groselha.
Mas nenhum entendia
Que cresciam de fato
Mantendo a fantasia
No maior espalhafato.
Era cada um com espanto
Virando a carrapeta
Cada qual no seu canto
Falange, falanginha, falangeta.

© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.

Veja mais Falange, Falanginha, Falangeta.

Tuesday, October 09, 2007

MENININHONITO



MENININHONITO QUER SER SUPER-HERÓI

Luiz Alberto Machado

Amiguinhos & amiguinhas,
Vejam só que coisa mais estranha: o Meninininhonito parece que anda meio que com um parafuso solto na cabeça. Coisa de maluco mesmo. O curioso é que ele fez um pedido de Natal. Vejam só. Ele chegou e deixou um bilhete por todo lugar que passou: “Papai Noel eu quero ser super-herói! Assinado: Meninininhonito!”. E por onde se passava qualquer ser vivente veria logo este pedido. Estava nos postes da cidade, nos murais, nas placas dos canteiros das praças, nos muros, nas árvores, nas portas dos banheiros públicos, afinal, por todo canto se via aquela solicitação.
Pai Lula intrigou-se e chamou tia Conça do lado:
- Você já viu o pedido desse menino?
- Vi, Pai Lula.
- Coisa estranha, hem?
- Pois é, Pai Lula, esse menino tem mania de grandeza.
Depois de conversarem, Pai Lula procurou por Menininhonito encontrando-o todo alvoroçado.
- Por que você quer ser super-herói?
- Porque é bom.
- Sim, mas me conte isso.
- É o seguinte, Pai Lula: eu quero ser um jogador de futebol que nem Pelé. Quero ser artista daqueles famosos da televisão, como se diz, um galã de telenovela, um astro daqueles bem conhecido e paparicado...
- Sim, que mais?
- Quero ser forte, poderoso, andar em cima das águas, avoar pelos ares que nem passarinho, atravessar parede, fazer buraco no chão de sair no Japão...
- Sim, que mais?
- Quero pregar a justiça entre os homens e defender os pobres e oprimidos...
- Sim... você está bem, meu filho?
- Estou, Pai Lula, e quero mais...
- Mais o que?
- Quero ser manchete de jornal, revista, televisão, tudo!
- Que mais?
- Que todos tenham inveja de mim, que eu seja o número um de tudo...
- É? Que mais?
- Quero ser o tampa de crush como se diz por aí, Pai Lula.
- E você acha que vai conseguir, meu filho?
- Ah! Se vou conseguiu, num sei; mas que quero, eu quero.
- Por que, meu filho?
- Porque eu quero chamar a atenção da Ciganinha, Pai Lula.
- Ôxe! E para chamar atenção da Ciganinha precisa isso tudo?
- Claro, pai Lula, olhe só: ela só namora com o Alvoradinha porque ele é famoso, vive nas paradas e está no mundo todo, até falado em outras línguas....
- E o que tem isso, meu filho?
- Eu quero ser maior que ele, Pai Lula.
- Maior que o Alvoradinha?
- Não, maior que todo mundo! Assim a Ciganinha olha pra mim e eu posso me amostrar bem muito para todo mundo.
- É mesmo?
- Oxe, Pai Lula! Pelo que eu sei as pessoas só olham para quem é famoso.
- E como você vai ser o super-herói?
- Eita! ela gosta de ler, num é?
- É.
- Então vou escrever: O dia em que o Meninininhonito virou super-herói!!!
- É?
- Vou fazer a minha própria história, Pai Lula!
- É?
- E quando eu terminar, eu vou dar para a Ciganinha ler e todo mundo vai querer ler e me achar o maior super-herói de todos!!!!
- É, então, mãos à obra. Vá e aproveite. Quando estiver pronta, eu também quero ler.
- Já já estará pronta, Pai Lula. Chego já.
- Essas crianças têm cada idéia, hem?

Um desejo meu de felicidade para todas as crianças do planeta.

© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.

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Monday, October 08, 2007

ALVORADINHA



AS ÁGUAS DO ALVORADINHA

Luiz Alberto Machado

Alvoradinha sempre foi achegado a dar mergulhos e a se fartar de água quando estava com sede. Avistasse ele bica, brejo, riacho, lagoa, rio ou mar, logo partia alvoroçado a timbungar afoito, isso porque sempre fora costume caeté o ato de banhar-se, aliviando o fogo tropical. E esse costume ficou ainda mais vivo, quando, um dia lá, Alvoradinha encontrou o Curupira por quem não teve o menor temor. Segundo a lenda, o Curupira é um gentiozinho de cocar e tanga de penas, sempre armado de arco e flechas. Contam os historiadores que este ente fantástico das matas, é o demônio da floresta, explicador dos rumores misteriosos, causador de pavores súbitos e inexplicáveis e que qualquer adulto que o encontrasse, morreria de medo na hora. Alvoradinha, não. Logo abriu converseiro solto na maior das intimidades, a ponto de se tornarem amigos. Brincaram, armaram e desarmaram estripulias e, no meio dessa amizade, o Curupira contou muitas coisas e levou Alvoradinha para testemunhar muitos dos segredos das águas.
Primeiro mostrou quando o rio dorme. É quando a correnteza pára, a cachoeira se imobiliza e tudo fica silencioso. É quando a Mãe-d´Água fica penteando os cabelos para dormir.
Nessa mesma hora, viram o cochicho das traíras sobre o Bicho d´Água que mora no redemoinho das águas dos rios, que anda acompanhado de seu comparsa Minhocão, para atemorizar os pescadores.
Também, o Moleque d´Água, o cabeludo, metade gente, metade peixe que habita as regiões mais profundas e adora ficar fazendo medo a todos que navegam as correntes caudalosas.
Quando desciam rio abaixo, toparam as cachoeiras caudalosas e rumorosas, onde bateram de frente com a gruta da Serpente de Asas. Melhor dali se afastar. Assim fizeram, quando souberam de Siana Branca de Correntina, a cuereira que dá o seu amor aos remeiros, livrando-os dos males que possam ocorrer às suas jangadas. Por isso ainda hoje carregam sua efígie numa carranca presente em todos os navios.
Bateram pela Lagoa do Prata onde no fundo estão enterrados os tesouros de Branca Dias. E de lá alcançaram o mar, onde receberam a bênção de Iemanhá, a rainha das águas marinhas. Até chegar nos domínios de Iara que concedeu-lhe a permissão de navegar por todas as águas dos rios.
Alvoradinha nunca esqueceu dessa odisséia, tanto que até hoje, não deixa de brincar e respeitar as águas com todo seu carinho. Sabe ele que quando tem sede, a água é valiosíssima; e quando se suja, ela purifica e limpa seu corpo para deixá-lo feliz.

© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.

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Saturday, October 06, 2007

FALANGE, FALANGINHA, FALANGETA



MNEMÔNICAS (ANEDOTA DO MINDINHO).

Luiz Alberto Machado

1+1...
-Soltaram um pum!
- Que coisa feia!
- A calça está cheia.
2+2....
- O cocô vem depois!
- Que é isso, menino?
- Está ruim do intestino.
3+3...
- Peidaroutraveiz!!!
- Falta de vergonha!
- Foi a Tonha!
(Ora, esta não está na estória)
- Que história! Em mim a culpa não ponha.
4+4...
- Queimaram o retrato!
- Foi Mindinho! Não. Seu-Vizinho?
- Então Fura-bolo? E Cata-Piolho?
- Não foi o Maior-de-todos, seus tolos?
5+5...
- Cadê o penico?
- A coisa está braba!
E o fedor não acaba.
6+6...
- Prende o freguês!
Do jeito que vai, vai dar mais de mês.
- Vamos investigar!
O culpado não vai se entregar.
7+7....
Acocharam pivete, maior implicância.
E a sindicância foi virando confete.
Quem foi que foi? Foi a vaca ou o boi!
8+8...
Tocaia de afoitos. E de pernoite cobriram a gandaia.
- Foi gente grande?
Um vento no flandre!
- Qual maloqueiro?
- Ah, se pego o festeiro!
9+9...
Inventaram: quem não foi prove!
Embananou tudo. Réu era todo mundo.
E era: - Eu, não! Nem eu!
E a catinga bufou e fedeu.
10+10...
- Estou vendo seus pés!
- Que negócio medonho!
Ei, acorde. Foi um sonho.

Veja mais Falange, falanginha, falangeta.

Thursday, October 04, 2007

FALANGE, FALANGINHA, FALANGETA



Trabalho realizado pela garotada de uma escola pública de Maceió quando da realização da recreação "Falange, Falanginha, Falangeta".

Veja mais Recreações e nos posts abaixo.

Wednesday, October 03, 2007

FALANGE, FALANGINHA, FALANGETA



FALANGE, FALANGINHA, FALANGETA
É pleno verão e as crianças brincam no sítio. Elas viram e reviram tudo. Quando, então, chega o inverno e elas são aprisionadas sem saber o que fazer. Eis que surgem as fadinhas que ensinam a cantar e brincar salvando suas vidas.

Esta é a síntese da história contada por Luiz Alberto Machado no livro "Falange, Falanginha, Falangeta", onde o autor recheia de cenas, imagens e músicas o universo infantil. Este livro já foi adotado por diversas escolas e foi transformado em recreação educativa pelo autor com apresentação em diversas escolas.

Para adquirir 1 exemplar do livro publicado Falange, falanginha, falangeta, efetue depósito no valor de R$ 7,00 (sete reais) na Ag. 3332-4, c/c 9051-4 do Banco do Brasil, em nome do autor, e depois envie mail para lualma@terra.com.br com seu endereço para recebê-lo em casa.

Veja a música que encerra a história: Criança.

Tuesday, October 02, 2007

ANINHA NO MUNDO DAS LETRAS



Aninha no Mundo das Letras, de Fátima Surreição. Ilustrações: Nívea Lopes Prado. Editora Ilustra.
Aninha tem idade pré-escolar e mora com seu pai em um local afastado da escola. Ela ainda não sabia ler e ficava triste quando olhava as palavras. Em sua casa, encontrou uma porta secreta, viu lá um lugar diferente, mas muito bonito. E, assim, todos os dias, Aninha fazia uma visita ao Mundo das Letras e ficou amiga de todas elas. Hoje, vive muito feliz, pois já sabe ler as palavras e, no Mundo das Letras, todos gostam muito de Aninha: lá ela é Rainha!!! Com ilustrações que despertam o interesse e por meio de uma narrativa focada no estímulo e incentivo à leitura, principalmente em fase pré-escolar, esta obra é importante instrumento de auxílio no processo educacional.
FÁTIMA SURREIÇÃO formou-se em Pedagogia, leciona em escola pública há 22 anos, atuou oito anos no setor administrativo como vice-diretora de escola, voltando a dar aula por opção própria, pois é a área que mais se identifica. Desenvolve palestras, projetos educacionais e culturais, como o "Bate Papo Legal", com mães de alunos, e o "Era Uma Vez", que resgata os contos de fadas e a literatura infantil usando dinâmicas como contadora de histórias.
NIVEA LOPES PRADO é artista plástica e ilustradora autodidata há 23 anos, participou de cursos de aperfeiçoamento na área das Artes Plásticas. Tem participado de inúmeras exposições dentro e fora do Estado de São Paulo e tem recebido várias premiações por suas obras.

Veja mais livros da Editora Ilustra. E não deixe de ver Alvoradinha.

Monday, October 01, 2007

MENININHONITO



Imagem recolhida do Troll Urbano

O TRELOSO

Luiz Alberto Machado

Tanto peiticaram Alvoradinha e toda trupe comigo, que eu findei contando uma história de parentesco do guarda-chuva com o pára-quedas. Negócio meio doido, mas criança é assim: coloca no mesmo saco coisas até que não se misturam. E olhe que as diferenças entre os dois objetos em questão são bastante óbvias. Mas é que no reino encantado de todas as coisas, tudo é possível.

Pois bem, peralta como eu era, tudo eu arranjava um jeito. E, prá mim, e isso eu tinha a mais absoluta certeza, de que o guarda-chuva era um filhote do pára-quedas. E só vim distinguir mesmo, quando um dia quase quebro o pescoço e desfazer por completo o parentesco entre eles.

Como o universo infantil é invadido de super-heróis, meu pai mesmo, até hoje nunca passou de um pouco mais de metro e meio, mas para mim era mais forte que o Hulk, mais inteligente que o Batman, maior que o Super-homem e astro de primeira grandeza na minha predileção. Todos, inclusive meu pai no meio dessa legião, defensores da lei e da justiça. Não sabia eu que o mundo dos adultos é complicado, que a justiça não é lá tão justa assim e que lei existe para qualquer ocasião.

Pois foi, um dia lá, houve uma apresentação pública que findou com o espetáculo de pára-quedismo na cidade. Minha cabeça que era cheia de imaginação, começou a elaborar uma série de estripulias que eu poderia fazer. E fiz.

Estava eu na brincadeira maloqueira de sempre, com os meus comparsas Marquin-ôio-de-gato e Chelo Puara, quando a gente inventou de ser cada um, um herói maior que o outro. Aí, foi que deu. Nós três nos amostrávamos uns aos outros para provar quem era o líder de quem. Aí, um plantava bananeira, outro jogava pedra mais longe, pulava corda, dava bundacanasca, arrodeava o quintal todo, fazia contorcionismo, careta, se exibia do jeito que pudesse.

Foi aí, então, que eu puxei o pano da cortina e amarrei no pescoço, peguei o guarda-chuva e berrei: eu sou o maior! Disse isso e fui me atrepando na goiabeira.

Meninos, eu subi, subi, subi, cheguei no último galho do pé de só ver os olhos arregalados de Marquim e Chelo. Era a glória.

- Agora digam se eu sou ou não sou o maior? -, disse eu do alto da minha vaidade.

Os dois só se olhavam e depois fitavam em mim aquele despropósito.

- Sou ou não sou?

Não deu tempo que eles respondessem. O galho quebrou e eu desci em queda livre com guarda-chuva e tudo num baque dos estrondosos. Resultado: pai, mãe, parentes, aderentes e médicos, tudo aperreado.

Quando acordei, estava num balão de oxigênio. E vi logo Marquim e Chelo do lado. Arranquei a máscara do ar e gritei:

- Sou ou não sou? Pulei de pára-quedas, viram?

E, eles, olho um no outro, disseram em uma só voz:

- Tu quase morre desgraçado!!!!

Héhéhéhé. Foi aí que eu aprendi que o guarda-chuva não era filhote de pára-quedas. Cada um no seu devido lugar.

Héhéhéhéhéhéhé. Por favor, amiguinhos & amiguinhas, não vão fazer isso, tá? Foi uma lição que estou aqui passando para vocês. Beijabrações, pessoal!!!!

© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.

Veja mais Brincarte.