BRINCARTE

BRINCARTE
BRINCARTE

Thursday, August 07, 2014

CRIANÇA - PSICODRAMA, LUDOTERAPIA E ARTETERAPIA


JOGO DRAMÁTICO E PSICOTERAPIA INFANTIL – Assinala Courtney (1980) que a criação infantil de um mundo próprio através do jogo é o fundamento par as artes. Mas, o jogo é também a linguagem natural da criança; os símbolos por ela usados são réplicas da situação de vida e, através deles, a criança aproxima seu mundo da realidade. lidando com coisas que são pequenas e inanimadas, ela pode dominar situações que pra ela são opressivas.

LUDOTERAPIA – Na ludoterapia, conforme Courtney (1980), o psicoterapeuta infantil permite a seu paciente jogar e tenta, lendo o simbolismo secundário do jogo, compreender sua linguagem simbólica e, assim, os problemas inconscientes que o acossam. Assim, o jogo compreende todas as atividades das crianças, ajuda às crianças assimilar a realidade quando essas atividades lúdicas são vistas como projeções, ou seja, expressões dos pensamentos, impulsos e motivações mais íntimos da criança que expressa significados particulares; esse jogo mostra o seu relacionamento com o mundo e o faz-de-conta passa a ser parte inerente da situação e para todos os propósitos práticos, sendo indistinguível do próprio jogo. O elemento dramático fornece a grande variedade dentro das configurações do jogo, relacionando as crianças umas às outras. Assim, o jogo dramático livre é uma expressão do inconsciente e nessa idade depende dos diferentes papeis que outros desempenham dando-lhe apoio e, com isso, pode expressar as fantasias, bem como medos e outros problemas da criança, criando um mundo próprio para dominar a realidade. Já Koudela (1984) observa que a criança evoca no jogo uma conduta na ausência de seu objetivo habitual, transformando o esquema sensório-motor em esquema simbólico, uma vez que o jogo reforça a passagem da representação em ato para a representação em pensamento. O desenvolvimento do jogo infantil mostra que o símbolo na criança se desenvolve através de fases que conduzem a um crescente realismo. Isso porque ao jogar a criança acredita no que quer.

PSICODRAMA – Para Hug e Fleury (2008), Cortney (1980), Rebouças (2008) e Gonçalves (1988), o psicodrama é uma psicoterapia na qual a criança tem oportunidade de se expressar e de se relacionar por meio da brincadeira e do jogo. O que o caracteriza e o diferencia tecnicamente de outras ludoterapias é o preparo do terapeuta para se prontificar, propor cenas, jogos, procedimentos dramáticos e dirigi-los com cenários, ações, favorecendo o brincar, o desenvolvimento da fala e o surgimento o inconsciente. Criado por Moreno quando contava histórias improvisadas para crianças nos jardins de Viena, sempre valorizou o jogo de papéis e o faz-de-conta na infância, procurando mostrar sua importante no desenvolvimento da personalidade. As teorias e técnicas do psicodrama atribuem à atuação da criança em papeis, imaginários e sociais, em interação com papeis desempenhados por outros, terapeutas ou membros do grupo, o poder de desenvolver sua criatividade e, portanto, o gosto pela vida.

ARTETERAPIA – Para Païn e Jarreau (1996), é o tratamento psicoterapêutico que utiliza como mediação a expressão artística, seja dança, teatro, música, literatura, pintura, desenho, máscaras, marionetes, gravuras, modelagens, entre outras. Trata-se de um trabalho que se orienta de acordo com várias tendências e o papel do arteterapeuta é acompanhar o processo do paciente, ser testemunha de sua aventura, ajudá-lo a superar os obstáculos encontrados, considerando-os, ao mesmo tempo, de um ponto de vista subjetivo e objetivo. Para isso, é preciso que haja normas para, por um lado, observar os sujeitos que estão realizando uma atividade criativa e, por outro, decidir a oportunidade e o conteúdo das intervenções. O número de participantes deve ser apropriado de maneira que permita ao terapeuta acompanhar as alternativas da criatividade. A atenção deve ser aberta, sem antecipação, sensível à ressonância afetiva e representativa. Trata-se de uma concentração imaginária centrada no sujeito.

REFERÊNCIAS
COURTNEY, Richard. Jogo, teatro & pensamento. São Paulo: Perspectiva, 1980.
GONÇALVES, Camila Salles. Psicodrama analítico com crianças. In: GONSALVES, Camilla (Org.). Psicodrama com crianças: uma psicoterapia possível. São Paulo: Ágora, 1988.
HUG, Edward; FLEURY, Heloisa. Psicodrama transformador na mudança terapêutica: diretrizes e recomendações. In: FLEURY, Heloisa; KHOURI, Georges; HUG, Edward; Psicodrama e neurociência: contribuições para a mudança terapêutica. São Paulo: Ágora, 2008.
KOUDELA, Ingrid. Jogos teatrais. São Paulo: Perspectiva, 1984;
PAÏN, Sara; JARREAU, Gladys. Teoria e técnica da arte-terapia: a compreensão do individuo. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
REBOUÇAS, Rosana. Os objetos intermediário e intra-intermediario na psicoterapia psicodramática infantil em um caso de transtorno global do desenvolvimento. In: FLEURY, Heloisa; KHOURI, Georges; HUG, Edward; Psicodrama e neurociência: contribuições para a mudança terapêutica. São Paulo: Ágora, 2008.

Veja mais aqui.