MOBY DICK – Estava eu em plena puberdade
quando abri um volume catado aleatoriamente numa das estantes do meu pai e li: “Chamai-me
Ismael...”. É assim que começa a história do veterano do mar Ismael, ao decidir
por empreender viagem pela costa leste pelos idos do século XIX, com o objetivo
da pesca de baleias na sua embarcação The Pequod. Entre os tripulantes havia o desejo
de obter riquezas com a captura e venda das baleias, envolvidos pelo ódio do
capitão perneta Ahab pela lendária baleia branca de dorso enrugado, chamada de Moby
Dick, a qual havia lhe arrancado a perna. Trava-se, então, uma contenda entre
os tripulantes do navio e o cachalote: uma luta de três dias. Desse embate,
apenas Ismael é salvo pelo caixão que guarda o corpo morto de seu inseparável
amigo, o arpoador neozelandês Queequeg, sobre o qual se agarra e se deixa levar
pelas ondas até ser resgatado pelo Rachel que o leva à terra firme. Afirmo de
antemão que não é tão simples assim: a história é engenhosa, fantástica e saborosa
de se ler, apesar de suas mais que de quinhentas páginas, entre as quais me
deliciei e jamais esqueci. A novela é dividida em quatro partes, publicado
originalmente com o título de Moby Dick, ou a baleia em Londres (1851), pelo escritor
e aventureiro estadunidense Herman Melville (1819-1891), inspirado no naufrágio
do navio Essex, atingido por uma baleia que apesar de ferida várias vezes,
consegui destruir seus algozes. O livro possui descrições imaginativas recheadas
de ações e aventuras, reflexões intrincadas sobre as observações pessoais do
narrador Ismael, sobre embarcações e pesca. Tornou-se uma das mais respeitadas
obras literárias por representar uma belíssima metáfora acerca da condição
humana, tratando igualmente da ambição de quem tudo quer finda perdendo o que
mais preza.