PSICOTERAPIA
INFANTIL – Para Maria Adelaide Turbiani Vera Lucia Senatro, o papel dos pais na
psicoterapia infantil é de suma importância, tendo em vista a definição dos
traços como provedor na figura do pai e da mãe, em sentido mais amplo, traços
que se caracterizam como alguém que também produz em termos econômicos e
desenvolve outros papéis sociais, como o papel profissional, de participação na
comunidade, entre outras. O desenvolvimento infantil é norteado pela
interdependência da estrutura dos papéis sociais e das formações ideológicas
que regem a paternidade a maternidade e a estrutura familiar. Desde que a
criança é concebida o mundo lhe é transmitido pela mãe que, nessa fase de vida e
nas subseqüentes, desempenha papel de ego-auxiliar da criança, pois ela
decodifica e oferece os meios diretos de satisfação de suas necessidades. A
criança estabelece seu primeiro vínculo com essa pessoa-auxiliar-mãe; enquanto
esse vinculo de desenvolve, o pai pode estar presente, mas sua presença se dá
forma indireta. À medida que se desenvolve o processo de matrização, o papel de
pai também pode ir ganhando as características de prover, cuidar e proteger que
podem ser assumidas de forma mais explícita. Se entendermos que na relação
mãe-filho e pai-filho o objetivo é o desenvolvimento de ambos, para isso
ocorrer é necessário que haja mudanças no papel e no contra-papel. Isso porque
no processo terapêutico com a criança trabalham-se seus vínculos e,
paralelamente, no processo com os pais tem-se como foco sua relação com os
filhos. Os pais são protagonistas ou representantes de um grupo social mais
amplo: o grupo social dos pais. O psicodrama atua no ponto de intersecção entre
o individual e o coletivo, pois, ao trabalhar com um indivíduo, refere-se ao
grupo a que ele pertence, porque o drama não é o único e exclusivamente seu e
sim de todos os indivíduos que ele representa. Assim, o psicodrama enquanto
psicoterapia dos papéis de pai, mãe, procura acompanhar suas orientações na
trama da vida doméstica. A psicoterapia moreniana tem como base a pesquisa da
relação entre pessoas e Gros e, nesta, têm destaque os papéis que as pessoas
desempenham. Assim, o método psicodramático visa apreender, nos vínculos
estabelecidos entre indivíduos, as conexões entre papéis e contra-papéis.
REFERÊNCIAS
TURBIANI, Maria Adelaide; SENATRO, Vera. Psicoterapia dos
papéis de pai e de mãe. In: GONÇALVES, Camila (Org.). Psicodrama com crianças:
uma psicoterapia possível. São Paulo: Ágora, 1988.
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