Era uma vez um menininho muito sapeca. Estava
meio assim meio assado, arrumando o que fazer. Andou a casa toda e foi bater no
quintal, onde viu escondidinha uma girafa bem pequenininha. Uma girafa! Eba!
Vou pegá-la. E foi pegá-la e ela correu. Pega mas não pega, atrás dela que fugia.
Ô girafinha mais sem jeito! Tanto insistiu em agarrá-la e ela escapava. Aí cansou
e, então, falou pra ela:
- Ô girafinha, deixa eu pegar você!
E ela: - Eu não.
Pego!
Pega não!
Pego!
Pega não!
Tanto fez e não conseguia, por causa disso
foi até a mãe dele todo cerimonioso:
- Ô dona Eulália, a senhora pode me fazer o
favor de pegar a girafinha no quintal?
E a mãe:
- Ô meu filho, estou muito ocupada. Vá pedir
pro seu pai. E ele foi. Chegando lá, o pai roncava a sono solto.
- Pai! Pai! Pai! -, tanto chamou e nada dele
acordar. – Ôxe, esse homem só quer dormir! Ô mãe, o pai tá no maior ronco! Não
acorda não!
- Vixe! Acorde ele, meu filho!
- Ah, ele não acorda não, nem com fogo nem
com um banho d’água, mãe!
Ao perceber que não teria ajuda, ele saiu
brabo e foi até a girafinha: - Agora eu lhe pego!
Pega aqui, pega acolá, a girafinha dava cada
pinote e ele lá pega mas não pega. Até pegou-la. Pegou-la e sustentou-la. Pegou-la
pelo gogó e disse feito herói:
- Peguei-la! Agora você vai brincar comigo
até não querer mais.
Aí entrou pela perna de pinto, saiu pela
perna de pato, o que se sabe de mesmo é que virou de fato!