A – O “A” é a primeira letra e a primeira vogal do alfabeto português. Deriva do egípcio, onde o hieróglifo é uma cabeça de boi, passando pelo fenício e hebreu, cujo álete tem o significado de touro. Por outro lado, o alfa grego, de igual origem, corresponde a uma cabeça deitada, de boi ou vaca, onde a cara é o desenho principal e o chifre as respectivas hastes. O A latino também apresenta a mesma figura voltada para baixo, certamente em virtude de razões de ordem estética. Já o nosso “a” minúsculo é o próprio alfa grego, sem uma das hastes ou chifres. O inicio do alfabeto com essa letra, representadora de tal imagem, vê-se ligado à importância do boi na origem das civilizações, parte que era dos elementos indispensáveis à vida, tais como o leite, a carne, o couro, a tração dos instrumentos agrícolas, entre outros. Com efeito, o boi tornou-se moeda natural, nos primórdios da vida econômica, isto é, instrumento de troca indireta, tendo passado a sua efígie para as primeiras moedas metálicas, de onde pecúnia, palavra originária de pecus, sendo que os romanos o incluíram entre as res mancipi, ao lado do escrevo e do arado.
É a primeira das vogais do alfabeto português. Vogal posterior, produzida com a língua deitada em posição neutra, como a deixamos no simples processo respiratório, com a explosão sonora realizando-se livremente na parte posterior da cavidade bucal, logo ao libertar-se da gútur. É a mais generalizada e a mais espontânea das vogais. Pode funcionar gramaticalmente como numero ordinal, indicando a primeira pessoa, ou primeiro objeto de uma série. Com a mesma função, colocada após um numero qualquer, indica a primeira repetição do respectivo item. É também o feminino do artigo definido, cuja função é indicar gênero e numero do substantivo, determiná-lo e individualizá-lo. Exerce ainda a função de preposição. Seu sentido mais próprio é indicar direção da ação verbal para alguém, para alguma coisa ou para algum lugar. Com este sentido é também elemento de composição de palavras, como prefixo. Emprega-se muito em português com sentido de negação. Também como elemento de composição de origem tupi-guarani. Como prefixo significa semente, grão, pessoa, gente, entre outras. Como sufixo, encerra a idéia de origem, extração. Grafada com acento grave, indica a fusão de dois AA, ocorrendo a crase.
FONTE:
FRANÇA, R. Limongi. Enciclopedia Saraiva de Direito. São Paulo: Saraiva, 1977.
SILVA, Da Costa; CARVALHO, Myrtis; TOLEDO, Caio. Dicionários universal de curiosidades. São Paulo: CIL, 1966.
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