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Friday, October 17, 2014

A PSICOLOGIA FEMININA DE KAREN HORNEY


A ANSIEDADE BÁSICA E AS NECESSIDADES NEURÓTICAS – Karem Horney (1885 – 1952) desenvolveu em seu sistema psicologia o conceito fundamental de ansiedade básica, definida como o sentimento de isolamento e de desamparo da criança em um mundo potencialmente hostil. Essa definição caracteriza os sentimentos da infância, sendo resultante de atitudes paternas dominadoras, e da falta de proteção e de amor e o comportamento errático. Qualquer ato que perturbe a relação segura entre pais e filhos pode provocar a ansiedade básica. Não é uma condição inata, mas resultante das forças sociais e das interações existentes no ambiente infantil. Para ela, a ansiedade básica é a solidão invasiva e impotência, sentimentos que dão origem à neurose. Essa ansiedade deriva da relação entre pais e filhos e por conta disso a criança desenvolve estratégias comportamentais em resposta ao comportamento dos pais como uma forma de lidar com os sentimentos de desamparo e insegurança consequências. Se alguma dessas estratégias torna-se fixa da personalidade, cria-se a necessidade neurótica que nada mais é do que uma forma de defesa contra a ansiedade. Essas necessidades possuem tendências como a personalidade condescendente que ocorre quando o individuo vai ao encontro de outros em busca de aprovação, de afeto e de um parceiro dominante. A personalidade independente ocorre quando o individuo se afasta dos outros em busca de independência, de perfeição e isolamento. A personalidade agressiva ocorre quando o individuo vai de encontro aos outros expressando necessidade de poder, exploração, prestigio, admiração e conquista. O movimento ao encontro dos outros implica a aceitação dos sentimentos de desamparo do individuo e a sua atuação no sentido de obter o afeto alheio, sendo essa a única forma de se sentir seguro com as pessoas. O movimento de afastamento das pessoas envolve o isolamento, comportamento que faz o individuo parecer autossuficiente e evitar a dependência. O movimento de encontro às pessoas envolve a hostilidade, a rebeldia e a agressão. Nenhuma das tendências ou necessidades neuróticas é uma forma realista de lidar com a realidade. Por serem incompatíveis, podem ocasionar conflitos. Uma vez estabelecida a estratégia comportamento para lidar com a ansiedade básica, esse padrão deixa de ser suficientemente flexível, não permitindo comportamentos alternativos. Dessa forma, quando um comportamento fixo mostra-se inadequado para determinada situação, o individuo é incapaz de mudar em reação às exigências que ela demanda. Esse tipo de comportamento enraizado intensifica as dificuldades do individuo, pois afeta toda a personalidade, as relações com as pessoas, consigo mesmo e com a vida como um todo.
A autoimagem idealizada fornece à pessoa um falso retrato da personalidade ou do self. É uma máscara enganosa e imperfeita que impede a pessoa neurótica de compreender e aceitar o seu verdadeiro self. Ao vestir a máscara, o inidviduo nega a existência dos seus conflitos internos. Ele acredita ser verdadeira a autoimagem idealizada, e essa crença faz com que se considere superior ao tipo de pessoa que realmente é. Horney não afirmava serem inatos ou inevitáveis tais conflitos neuróticos, apesar de resultantes de situações indesejáveis da infância, eles podiam ser evitados se a vida familiar da criança fosse rodeada de calor, compreensão, segurança e amor.

REFERÊNCIAS
ATKINSON, Richard; HILGARD, Ernest; ATKINSON, Rita; BEM, Daryl; HOEKSENA, Susan. Introdução à Psicologia. São Paulo: Cengage, 2011.
DAVIDOFF, Linda. Introdução à Psicologia. São Paulo: Pearson Makron Books, 2001.
FADIMAN, James; FRAGER, Robert. Teorias da personalidade. São Paulo: Harbra, 2002.
GAZZANIGA, Michael; HEATHERTON, Todd. Ciência psicológica: mente, cérebro e comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2005.
MORRIS, Charles; MAISTO, Alberto. Introdução à psicologia. São Paulo: Pretence Hall, 2004.
MYERS, David. Psicologia. Rio de Janeiro: LTC, 2006.
SCHULTZ, Duane; SCHULTZ, Sydney. Historia da psicologia moderna.São Paulo: Cengage Learning, 2012.