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Monday, August 17, 2015

VÍNCULOS E SUAS RELAÇÕES COM EDUCAÇÃO E SAÚDE


VÍNCULOS E SUAS RELAÇÕES COM EDUCAÇÃO E SAÚDE – Refletindo sobre a questão acerca dos vínculos e suas relações com a educação e a saúde, compreendeu-se a relação da criança e sua família antes mesmo do seu nascimento, envolvendo os estudos desenvolvidos pelo psiquiatra e psicanalista britânico John Bowbly (1907-1990) e do pediatra britânico Donald Winnicott (1896-1971), que realizaram estudos sobre a relação entre a criança e a família. Na primeira parte dos estudos, encontrou-se a apresentação breve do embasamento conceitual sobre a estrutura dos vínculos e apegos, a partir da visão do desenvolvimento psíquico da criança com relação aos cuidados da mãe ou por outra substituta, e a de Teoria do Apego de Bowlby que tratava acerca da comprovação de que o ser humano possui a propensão de estabelecer laços emocionais íntimas durante o ciclo vital. Foi nessa teoria de Bowlby que se apresenta a estrutura conceitual dos vínculos, formados a partir dos sentimentos das mães por seu bebê, definindo que esses vínculos se reproduzirão durante toda vida e que o apego é identificado como um sentimento de segurança pelo desejo de manutenção de proximidade com uma pessoa identificada. Fica evidenciada que quanto mais segura for a criança nos seus laços com a mãe, tanto ela será equilibrada nas suas relações futuras. Em vista disso, o autor mencionado definirá que o cuidado é uma responsabilidade dos pais na relação com seus filhos, uma vez que esse cuidado e o apego bem sucedidos representarão saúde mental no futuro, e que dependerá da adequada formação nos primeiros anos de vida. Em seguida foram apresentadas as bases biológicas do vínculo, dando conta de que quando as crianças não são cuidadas de forma essencial, elas sofrem privação da mãe produzindo efeitos na adolescência que terão variações que podem redundar em sintomas como angústia, necessidade de amor, exagerado senso de vingança, culpa e depressão, entre outros transtornos futuros, incluindo-se o suicídio. Nesse sentido, Bolwlby defende que a saúde mental das crianças dependerá da dedicação e conforto proporcionado pelas mães nas expressões de amor e prazer. Acrescenta o autor que a retirada da criança do lar pode acarretar sérios danos que afetarão sua vida futura, devendo-se a separação das mães de suas crianças serem de certa forma bem delineada e de modo a não causar traumas, assegurando que o vínculo dos pais com seus filhos devem ser fortes e importantes, tendo em vista o papel dos pais na estruturação desses vínculos tornando a amabilidade e a atenção prazerosa como conduta indispensável nessas relações de afeto e cuidado. Ao abordar a questão entre as sensibilidades visuais e auditivas no apego, destacou-se a importância do olhar e contemplação na estruturação do afeto, proporcionando á criança um desenvolvimento mais seguro, norteando suas relações futuras. A ausência na infância dessa base segura possibilitará instabilidade e insegurança na vida adulta. Ao tratar sobre a importância do contato físico entre a criança e seus pais, evidenciou-se que esses contatos determinam uma forma saudável e apego seguro para as crianças. No que tange às questões atinentes ao vínculo e ao pertencimento, observou-se que o fato de pertencer a um grupo familiar se traduz num fator decisivo no processo de diferenciação de vivências pelos membros da família, uma vez que é esse pertencimento que propicia um saudável processo na vida e na relação entre os membros da família. Concernente às questões de vinculo e diferenciação, observou-se que em havendo uma negligência ou ausência afetiva e da estruturação dos vínculos pelos pais com as crianças aos seus cuidados, resultará aos filhos a vivência insegura e medrosa fragilizados para enfrentamento dos riscos inerentes à vida, bem como da evolução de determinadas psicoses. Por conclusão, as leituras realizadas proporcionaram um maior conhecimento acerca das pesquisas etológicas iniciadas por Bowlby que passou a considerar a relação entre a separação prolongada da figura materna e o desenvolvimento da criança, buscando identificar a natureza do laço rompido, e passando, posteriormente, a escrever a sua trilogia científica acerca do apego, separação e perda, sintetizadas em sua Teoria do Apego, em que testa suas teorias por meio da combinação metodológica retrospectiva e prospectiva. Ele foi parceiro de Winnicott que desenvolveu seu trabalho com pessoas disfuncionais baseado nas marcas negativas de sua relação com sua mãe depressiva. Por consequência, tais leituras trouxe a compreensão de que a criança traz em seu inconsciente marcas que se farão indispensáveis para compreensão da herança dos vínculos, destacando-se que a ausência de atenção e afeto dos pais podem acarretar danos futuros e que a presença desses afetos e atenção propiciarão equilíbrio nas vivencias da adolescência e do adulto, tornando-se importante a importância desses vínculos para a educação e saúde de qualquer indivíduo.

REFERÊNCIAS
BOWLBY, John. Cuidados maternos e saúde mental. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
WINNICOTT, Donald. Da pediatria à psicanálise: obras escolhidas. Rio de Janeiro: Imago, 2000.

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