BRINCARTE

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Tuesday, August 04, 2015

O BRINCAR INFANTIL


O BRINCAR INFANTIL – No livro Questões de pesquisa e práticas em psicologia escolar (Casa do Psicólogo, 2006), organizado por Maria Cristina Rodrigues Azevedo Joly & Celia Vectore, encontro o artigo Tempo e lugar para brincar na contemporaneidade: sentidos e possibilidade da brincadeira infantil, de Beatriz Beluzzo Brando Cunha & Renata F. Fernandes Gomes, do qual destaco os trechos: A criança atua na realidade que a cerca, interpretando-a e produzindo significações sobre ela. É a brincadeira um dos principais mediadores da relação que ela estabelece com o mundo, portanto, tem um papel especial em seu desenvolvimento [...] A vida moderna, capitalista e urbano-industrial, de nossa cultura ocidental, reduziu significativamente os ambientes públicos destinados à convivência infantil e ao exercício de brincadeiras livres e espontâneas. Praças, ruas, parques não são mais frequentados como eram há tempo, seja pela falta de segurança que hoje se instaura, seja pela ausência de condições adequadas e/ou disponibilidade dos adultos. [...] Poder-se-ia argumentar, então, que as instituições de educação infantil são lugares propícios para o resgate, a realização e a preservação da infância e dos momentos lúdicos em nosso contexto atual. Sim. No entanto, há que se considerar a forma como o brincar estásendo viabilizado nesses espacços para educação e os cuidados das crianças. Paradoxalmente, ora observamos intensa desvalorização do brin car, caracterizada pelo espontaneísmo, ora excessiva pedagogização desse ato. A educação infantil, como uma instancia que deveria valorizar as atividades lúdicas, funcionando como antidoto ao processo de adultização precoce, nem sempre oferece esse espaço da infância, que esperamos. [...] A criação de espaços alternativos para a expressão da infância se evidencia como algo necessário; seja pela importância do brincar para a constituição e desenvolvimento do ser humano, seja pela possibilidade de estabelecer relação com a cultura, com a estética e com o prazer de realizar uma atividade com um fim em si mesma. Nesse sentido, as brinquedotecas – ainda que não substituam as praças, os parques e os espaços familiares e escolares destinados às brincadeiras infantis – apresentam-se como recursos capazes de ampliar as condições para a realização da infância na contemporaneidade. Abrir espaço para o lúdico, favorecendo e incentivando a brincadeira, é oferecer condições para amenizar as desigualdades sociais quanto à aquisição e utilização de brinquedos, estimularem as trocas de experiências, encontros, negociações e convívio social entre as crianças, por meio do brincar.

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