O Cravo e a Rosa arengavam
muito!
Era só: - É meu! -, puxava
com raiva o Cravo!
- É meu! -, tomava a Rosa!
- Vixe! Esses dois só vivem
arengando! Nossa, eles nunca vivem em paz!
Aí Nitolino virou-se pra Pai
Lula e disse: - Pai Lula, o que a gente faz pro Cravo e a Rosa pararem de
arengar?
Pai Lula falou:
- Já se diz na Bíblia: É preciso amar as pessoas como se não
houvesse amanhã!
Aí todos pararam para ouvir.
Ele continuou:
- Aqui no Reino Encantado de
Todas as Coisas deve haver paz! Não adianta mostrar que é bom pras pessoas, se
não conseguem ser bons com os daqui. O provérbio condena os que fazem caridade
fora de portas e se dedicam ostensivamente a obras pias, mas procedem
cruelmente para com os seus parentes. Na França se diz: Caridade bem entendida começa por nós próprios! E Albert Einstein
diz: A paz é a única forma de nos
tornarmos realmente humanos!
Aí Nitolino virou pro Cravo e
pra Rosa: - Ouviram, ou vocês dois são moucos?
O Cravo e a Rosa ficaram
amuados, um de costas pro outro.
- Ora, ora -, falou Pai Lula:
- Não adianta vocês pararem de arengar e ficarem remoendo ruindado por dentro
um contra o outro. O importante é cada um respeitar o outro, ou como diz outro
ditado: Me queira como eu sou, que eu lhe quero como você é. Essa é a forma de
se respeitar o outro mantendo a paz. Cada um é diferente do outro, mas não
inimigos nem adversários. É como a metáfora do Falange, Falanginha, Falangeta: o Dedo-mindinho é diferente do
Seu-Vizinho que é diferente do Maior-de-Todos e do Fura-Bolos e do Cata-Piolho.
Mas todos juntos, harmonizados e em beneficio uns dos outros fazem mais do que
um só. Isso serve para todos. Aprendam essa lição.
PS: Recolhido do Dicionário brasileiro de provérbios, locuções e ditos
curiosos (Documentários, 1974), de R. Mahalhães Júnio.
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