AS
CRIANÇAS E A MÍDIA ELETRÔNICA – No livro O
desenvolvimento do raciocínio na era da eletrônica: os efeitos da tv,
computadores e videogames (Summus, 1988), de Patricia Marks Greenfield,
trata sobre os meios de comunicação eletrônicos, a linguagem do cinema e da
televisão, televisão e aprendizagem, televisão e realidade social, usando a
televisão para superar dificuldades educacionais, comparando a palavra escrita,
o rádio, videogames, computadores, educação multimídia, entre outros assuntos.
Na obra destaco o trecho conclusivo: Utilizar
a mídia nas escolas poderia capitalizar as fortes qualidades motivacionais que
estes meios têm sobre as crianças. Muitas crianças que não ligam para a escola,
interessam-se por alguns destes meios eletrônicos. Um sistema educacional que
investisse nesta motivação teria grandes chances de sucesso. Creio que também
faria com que a educação se parecesse mais com o mundo real, onde a importância
da mídia eletrônica em relação á palavra escrita é provavelmente o reverso de
sua importância relativa no mundo da escola. Cada meio tem suas próprias vantagens
e desvantagens cognitivas e cada um deles pode ser usado para fortalecer o
impacto dos outros. Em suma, voltando a Marshall McLuhan, cada meio tem sua própria
mensagem cognitiva da palavra escrita é a oportunidade para reflexão. A palavra
escrita e o rádio dividem as mensagens da imaginação, verbalização e
processamento sequencial. As mensagens da televisão e do cinema constituem um
estilo audiovisual de comunicação (semelhante à comunicação direta) e requerem
a habilidade de se interpretar a representação bidimensional de movimento e
espaço. Pode ser que a televisão e os videogames dividam a mensagem cognitiva
de processamento paralelo. Finalmente, os videogames e os computadores
acrescentam a estes aspectos a mensagem de aprendizagem interativa e a
experiência de variaveis interagentes complexas. O computador é um meio
ilimitado e flexível que também divide mensagens com muitos dos meios que o
precederam. É interativo como a comunicação direta; pode ser um veículo para a
palavra escrita, como no processamento de palavras; pode ser usado para
programar gráficos animados da televisão ou do cinema. Ainda é muito cedo para
se dizer qual será seu efeito final sobre a consciência humana. O conjunto de
mensagens cognitivas veiculadas por um meio particular é, pelo menos no sentido
metafórico, a consciência criada por aquele meio. Seria um erro, parece-me,
ficar muito preso às mensagens de um único meio. Cada mensagem cognitiva tem
seu próprio valor especial. Os educadores (inclusive eu) têm uma tendência a
serem esnobes, letrados, lastimando ter passado a época em que as pessoas
realmente sabiam ler e escrever. Esta atitude impediu-nos de ver a promessa
revolucionária da mídia eletrônica: proporciona novas possibilidades cognitivas
a grupos carentes e tem potencial para enriquecer e diversificar a experiência educacional
de todos. A sociedade também necessita urgentemente de habilidades que se
desenvolvam através da experiência com a mídia eletrônica. [...] Chegou a hora de acabar com esta tendência e
dar tratamento igual aos diversos meios, a fim de que nosso sistema educacional
reflita as mensagens dos meios com os quais as crianças e adultos passam a maior
parte de suas vidas. Veja mais aqui.
VAMOS APRUMAR A CONVERSA?
Dê livros de presente para as crianças.
Aprume aqui.