PROJETO BRINCARTE DO NITOLINO – Espaço para informação e divulgação do trabalho com oficinas, contação de história, recreações educativas, palestras, pesquisas acadêmicas e outras atividades musicais, teatrais e literárias de Luiz Alberto Machado voltadas para o universo infanto-juvenil. Contato: luizalbertomachado@gmail.com
Thursday, February 28, 2008
A LENDA DA LAGOA DA PRATA
Imagem: J. Lanzellotti.
Em Dois Irmãos, na cidade do Recife, existe uma lagoa que o povo chama Lagoa da Prata. De onde surgiu esse nome do metal sonoro e precioso para a lagoa? É que havia em Portugal uma judia que se chama Branca Dias. Era riquíssima. Perseguida pela Inquisição, rumou para Pernambuco, na esperança de encontrar na América uma nova Terra Prometida. Seguindo o destino errante do seu povo, Branca Dias aportou na antiga cidade Mauricia. Ai viveu feliz muitos anos, não abjurando, entretanto a sua fé. Um dia, porém, acabou sua tranqüilidade. É que veio de Portugal o licenciado Heitor Furtado com o fim de fazer sindicâncias sobre os crimes de heresia. Sabendo que Branca Dias era judaizante, voltou contra ela as suas vistas. Além de tudo, Branca Dias era muito rica, o que não representava fator somenos para um inquisidor que se prezasse. A judia, vendo-se na iminência de perder a fortuna e a vida, mandou lançar na lagoa as rixas baixelas de prata e os opulentos tesouros que possuía. E todas aquelas riquezas, foram jogadas na água. Até hoje, diz a tradução, ninguém pode ainda tocar o fundo da lagoa. O mergulhador experimenta uma sensação de tal modo angustiosa, que é obrigado a voltar à superfície, como se a alma da judia ainda velasse sobre seus tesouros, que dormem eternamente sob o lenços das águas quietas.
FONTE:
DANTAS, Olavo. Sob o céu dos trópicos. In: DANTAS, Paulo (Org). Estórias e lendas do Norte e Nordeste. Antologia ilustrada do folclore brasileiro. São Paulo: Edigraf, 1961.
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