Friday, January 18, 2008

CABOCLINHOS



Pai e mãe, ouro de mina
Coração, desejo e sina
Tudo mais, pura rotina, jazz
Tocarei seu nome prá poder falar de amor

Minha princesa, art-nouveau
Da natureza, tudo o mais
Pura beleza, jazz

A luz de um grande prazer é irremediável neon
Quando o grito do prazer açoitar o ar, reveillon

O luar, estrela do mar
O sol e o dom, quiçá, um dia a fúria
Desse front virá lapidar
O sonho até gerar o som
Como querer caetanear o que há de bom

(Djavan, Sina)

Os caboclinhos é uma manifestação característica da herança indígena pernambucana que se apresenta durante o carnaval com danças e lendas que contam a glória dos antepassados. Reúne um grupo de homens, mulheres e crianças trajados com vistosos cocares de penas, saias também de penas, adereços nos braços e nos tornozelos. Alguns trazem à cabeça uma espécie de resplendor decorado com lantejoulas e pedras coloridas. O som característico da percussão executado pela preaca (arco e flecha de madeira preso por um cordão) provoca um estalido agudo fazendo a marcação para a dança. Seus instrumentos são: tarol, surdo, caracachás e inúbia (flautim ou gaita). As danças têm variações como perré e guerra. É grande a beleza plástica do conjunto: dança, indumentária e ritmo. Os componentes desfilam em duas filas indo e voltando enquanto apresentam belas e vigorosas evoluções. Têm a presença do porta-estandarte, cacique e cacica, ou mãe da tribo, rei e rainha, perós (indiozinhos), cordões laterais de índios e índias, pajé e caboclos de baque, como são chamados os componentes da orquestra.
O compositor e cantor alagoano Djavan se inspirou nos caboblinhos para compor a sua música Sina.

FONTE:
FONTE FILHO, Carlos. Espetáculos populares de Pernambuco. Recife: Bagaço, 1999.

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