DESENVOLVIMENTO HUMANO – No livro Desenvolvimento humano, de Diane Papalia, Sally
Olds, Ruth Feldman, são apresentados os principais desenvolvimentos típicos em
oito períodos do desenvolvimento da criança e da puberdade.
PERIODO
PRÉ-NATAL (da concepção ao nascimento). No desenvolvimento físico ocorre a
concepção por fertilização normal ou outros meios. Desde o começo, a dotação
genética interage com as influencias ambientais. Formam-se as estruturas e os
órgãos corporais básicos, inicia-se o surto de crescimento do cérebro. O
crescimento físico é o mais acelerado do ciclo de vida. É grande a
vulnerabilidade às influencias ambientais. No desenvolvimento cognitivo
desenvolvem-se as capacidades de aprender e lembrar, bem como as de responder
aos estímulos sensoriais. No desenvolvimento cognitivo, o feto responde à voz
da mãe e desenvolve uma preferência por ela.
PRIMEIRA
INFÂNCIA (do nascimento aos 3 anos ). No desenvolvimento físico, ocorre o nascimento
com todos os sentidos e sistemas corporais funcionando em graus variados. O
cérebro aumenta em complexidade e é altamente sensível à influência ambiental.
O crescimento físico e o desenvolvimento das habilidades motoras são rápidos.
No desenvolvimento cognitivo, as capacidades de aprender e lembrar estão
presentes, mesmo nas primeiras semanas. O uso de símbolos e a capacidade de
resolver problemas se desenvolvem por volta do final do segundo ano de vida. A compreensão
e o uso da linguagem se desenvolvem rapidamente. No desenvolvimento
psicossocial, formam-se os vínculos afetivos com os pais e com outras pessoas. Ocorre
a passagem da dependência para autônoma. Aumenta o interesse por outras
crianças.
SEGUNDA
INFÂNCIA (dos 3 aos 6 anos). No desenvolvimento físico, o crescimento é
constante. A aparência torna-se mais esguia e as proporções mais parecidas com
as de um adulto. O apetite diminui e são comuns os problemas com o sono. Surge a
preferência pelo uso de uma das mãos, aproximam-se as habilidades motoras
finais e gerais, e aumenta a força física. No desenvolvimento cognitivo, o
pensame4nto é um tanto egocêntrico, mas aumenta a compreensão do ponto de vista
dos outros. a imaturidade cognitiva resulta em algumas ideias ilógicas sobre o
mundo. Aprimoram-se a memória e a linguagem. A inteligência torna-se mais previsível.
É comum a experiência do maternal, mais ainda a da pré-escola. No desenvolvimento
psicossocial, o autoconceito e a compreensão das emoções tornam-se mais
complexas e o autocontrole. Desenvolve-se a identidade de gênero. O brincar
torna-se mais imaginativo, mais social. Altruísmo, agressão e temor são comuns.
A família ainda é o foco da vida social, mas outras crianças tornam-se mais
importantes.
TERCEIRA
INFÂNCIA (dos 6 aos 11 anos). No desenvolvimento físico, o crescimento torna-se
mais lento. A força física e as habilidades atléticas aumentam. São comuns as
doenças respiratórias, mas de um modo geral a saúde é melhor do que em qualquer
outra fase do ciclo de vida. No desenvolvimento cognitivo, diminui o
egocentrismo. As crianças começam a pensar com lógica, porem, concretamente. As
habilidades de memória e linguagem aumentam. Ganhos cognitivos permitem à
criança beneficiar-se da instrução formal na escola. Algumas crianças
demonstram necessidades educacionais e talentos especiais. No desenvolvimento
psicossocial, o autoconceito torna-se mais complexo, afetando a autoestima. A coregulação
reflete um deslocamento gradual no controle dos pais para a criança. Os colegas
assumem importância fundamental.
ADOLESCÊNCIA
(dos 11 aos 20 anos). No desenvolvimento físico, crescimento físico e outras
mudanças são rápidas e profundas. Ocorre a maturidade reprodutiva. Os principais
riscos para a saúde emergem de questões comportamentais, tais como transtornos
atinentes a abuso de drogas. No desenvolvimento cognitivo, desenvolve-se a
capacidade de pensar em termos abstratos e de usar o raciocínio científico. O pensamento
imaturo persiste em algumas atitudes e comportamentos. A educação se concentra
na preparação para a faculdade ou para a profissão. No desenvolvimento
psicossocial, a busca pela identidade, incluindo a identidade sexual, torna-se
central. O relacionamento com os pais geralmente amadurece. Os amigos podem
exercer influencia positiva ou negativa.
INICIO
DA VIDA ADULTA (dos 20 aos 40 anos). A condição física atinge o auge, depois
declina ligeiramente. Opções de estilo de vida influenciam a saúde. No desenvolvimento
cognitivo, o pensamento e os julgamentos morais tornam-se mais complexos. São feitas
as escolhas educacionais e vocacionais. No desenvolvimento psicossocial, traços
e estilos de personalidade tornam-se relativamente estáveis, mas as mudanças na
personalidade podem ser influencias pelos estágios e eventos da vida. São tomadas
decisões sobre relacionamentos íntimos e estilos de vida pessoais. A maioria
das pessoas casa-se e tem filhos.
VIDA
ADULTA INTERMEDIÁRIA (dos 40 aos 65 anos de idade). No desenvolvimento físico,
podem ocorrer uma letã deterioração das habilidades sensoriais, da saúde, do
vigor e da força física, mas são grandes as diferenças individuais. As mulheres
entram na menopausa. No desenvolvimento cognitivo, as capacidades mentais
atingem o auge, a especialização e as habilidades relativas à solução de
problemas práticos são acentuados. A criatividade pode declinar, mas sua
qualidade é melhor. Para alguns, o sucesso na carreira e o sucesso financeiro
atingem seu máximo, para outros, poderá ocorrer esgotamento ou mudança de
carreira. No desenvolvimento psicossocial, o senso de identidade continua a se
desenvolver, pode ocorrer uma transição para a meia-idade. A dupla
responsabilidade pelo cuidado dos filhos e dos pais idosos pode causar
estresse. A saída dos filhos deixa o ninho vazio.
VIDA
ADULTA TARDIA (dos 65 anos em diante). No desenvolvimento físico, a maioria das
pessoas é saudável e ativa, embora geralmente haja um declínio na saúde e das
capacidades físicas. O tempo de reação mais lento afeta alguns aspectos funcionas.
No desenvolvimento cognitivo, a maioria das pessoas é mentalmente alerta,
embora inteligência e memória possam se deteriorar em algumas áreas, a maioria
das pessoas encontra meio de compensação. No desenvolvimento psicossocial, a
aposentadoria pode oferecer novas opções para o aproveitamento do tempo. As pessoas
desenvolvem estratégias mais flexíveis para enfrentar perdas pessoais e a morte
iminente. O relacionamento com a família e com amigos íntimos pode proporcionar
um importante apoio. A busca de significado para a vida assume uma importância fundamental.
REFERÊNCIA:
PAPALIA,
D.; OLDS, S; FELDMAN, R. Sobre o desenvolvimento humano. In: Desenvolvimento humano. São Paulo:
Artmed, 2006.